Na manhã desta segunda-feira (31), a Polícia Federal realizou a Operação Anêmona, que teve como alvo um grupo de mulheres no Ceará e no Rio de Janeiro. Essas mulheres são suspeitas de cometer abusos sexuais em seus próprios filhos e outras crianças. Além disso, elas gravavam os crimes e enviavam o material para um psicólogo aliciador através da internet.
A operação envolve o cumprimento de seis mandados de prisão, seis mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar de afastamento do lar. Todas as investigadas residem nas cidades de Fortaleza, Maranguape, Juazeiro do Norte e Belford Roxo (RJ).
De acordo com informações divulgadas pela PF, a investigação teve início em setembro de 2022, após a descoberta de várias publicações feitas por um psicólogo em fóruns da DarkWeb. O suspeito convencia as mulheres com filhos pequenos a praticar abusos sexuais nas crianças, registrando esses atos criminosos e compartilhando o material com ele.
No ano anterior, o psicólogo foi detido durante a Operação Psique Sombria, realizada na capital cearense. Na ocasião, foram apreendidos na casa do suspeito um notebook, uma câmera fotográfica, HDs externos, cartões de memória e outros materiais. Mais de 12 mil arquivos foram encontrados nesse material apreendido.
Dentro desse conjunto de documentos, havia registros de conversas entre o aliciador e as mulheres que ele cooptava para cometerem os abusos sexuais contra seus filhos e outras crianças. Também foram encontrados vídeos, fotografias e documentos que retratavam de forma explícita os atos criminosos.
Agora, as mulheres envolvidas serão indiciadas por estupro de vulnerável e satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente, além de outros crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. As penas para esses crimes podem chegar até 45 anos de prisão.
A operação tem como principal objetivo pôr fim aos abusos praticados pelas investigadas e resgatar as vítimas. O trabalho policial conta com o apoio dos Conselhos Tutelares de Fortaleza, Maranguape e Juazeiro do Norte.
O nome dado à ação, “Anêmona”, faz referência à anêmona-do-mar, um animal que não cuida de seus filhotes. As investigações ainda estão em andamento, e os agentes continuam trabalhando no caso.