Acusado de matar delegada da Polícia Civil exercia ilegalmente medicina na Bahia

Tancredo Neves, acusado de matar a delegada Patrícia Jackes, possui antecedentes criminais por violência doméstica e exercício ilegal da medicina.

Crédito: Reprodução/Redes sociais

Tancredo Neves Feliciano de Arruda, apontado como principal suspeito pela morte da delegada Patrícia Neves Jackes Aires em São Sebastião do Passé, possui um histórico significativo de problemas com a lei. Além de já ter sido detido anteriormente por agressões à própria vítima, Tancredo Neves foi também acusado pela Polícia Civil de exercer ilegalmente a medicina e de falsidade ideológica.

A investigação que levou a essas acusações começou em 2022, sob a responsabilidade da Delegacia Territorial de Euclides da Cunha. Durante o inquérito, a polícia constatou que Tancredo Neves não possuía a devida qualificação para atuar como médico no Brasil. Esse inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), e o suspeito deve passar por uma audiência de custódia nesta segunda-feira (12). Até o momento, o MP-BA não forneceu atualizações sobre o andamento do caso.

Segundo a delegada Rogéria Araújo, coordenadora do Departamento de Polícia do Interior (Depin), Tancredo Neves se formou em medicina fora do Brasil, mas não passou pelo Revalida, exame necessário para que diplomas estrangeiros sejam reconhecidos no país, o que o impossibilita de exercer legalmente a profissão aqui.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) confirmou que não há nenhum registro de médico com o nome do suspeito envolvido no assassinato da delegada Patrícia Neves Jackes Aires.

Tancredo Neves, que foi preso em flagrante no domingo (11), já havia sido detido anteriormente em Santo Antônio de Jesus, onde a delegada residia e trabalhava, após um episódio de violência doméstica. Em maio deste ano, ele foi levado à delegacia sob a Lei Maria da Penha, depois de agredir Patrícia e quebrar um dos dedos dela. Apesar de a Justiça ter decretado uma medida protetiva em favor da vítima, o casal se reconciliou, e Tancredo Neves foi liberado.

No caso mais recente, Tancredo foi autuado em flagrante por feminicídio, após o corpo da delegada Patrícia Neves Jackes Aires ser encontrado no banco do carona de seu carro, abandonado em uma área de mata em São Sebastião do Passé. Segundo fontes policiais, o depoimento de Tancredo apresentou diversas contradições.

A Polícia Civil da Bahia lamentou a morte da delegada, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e assegurou que todos os departamentos estão trabalhando para esclarecer completamente as circunstâncias do crime e tomar todas as medidas cabíveis.