Uma mulher de 51 anos foi resgatada na terça-feira (13) de uma situação de trabalho análoga à escravidão em Santa Rosa de Viterbo, interior de São Paulo, após viver 40 anos sob condições desumanas. A operação foi conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Conforme as investigações do MPT, a vítima foi adotada por um casal aos 11 anos e, desde então, foi submetida a uma rotina exaustiva de trabalho doméstico, recebendo uma remuneração irrisória. Segundo seu depoimento aos auditores fiscais, ela trabalhava de segunda a sábado, das 7h às 21h, incluindo domingos e feriados, e recebia apenas R$ 500 por mês como uma espécie de “agrado”. Além disso, ela nunca teve direito a férias durante essas quatro décadas.
As condições em que a mulher vivia eram precárias: sem um quarto próprio, ela dormia em um colchão inflável no chão, ao lado da cama do casal. Diante dessas circunstâncias, os auditores emitiram um auto de infração, garantindo à trabalhadora o direito ao seguro-desemprego, e iniciaram um processo para calcular as verbas salariais e rescisórias que ela tem direito a receber.
O MPT também planeja uma reunião com os empregadores para negociar um acordo, que deverá incluir obrigações de conduta e o pagamento de uma indenização por danos morais à vítima.