Fabrício Oliveira, que estava internado em estado grave, faleceu nesta sexta-feira (19) depois de ter passado mal ao ingerir feijão envenenado no bairro Cajazeiras IV, em Salvador, Bahia. A ex-companheira de Fabrício, Rosineide Silva, também consumiu o alimento e morreu no sábado anterior (13).
A 2ª Delegacia de Homicídios da Polícia Civil está investigando o caso. Um frasco encontrado com Fabrício foi enviado ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para análise da substância presente no feijão. Como Fabrício estava hospitalizado, não foi possível tomar seu depoimento.
Até o momento, a polícia não revelou detalhes sobre a linha de investigação. Não se sabe se Rosineide preparou o feijão ou se Fabrício trouxe o alimento e ofereceu à ex-companheira. Eles foram encontrados na casa onde Rosineide morava.
A filha de Rosineide relatou que sua mãe já havia sido ameaçada de morte por Fabrício. “Ele dizia que ia conseguir uma arma e estourar a cabeça dela. Ele ameaçou esfaqueá-la. Disse que sabia onde ela trabalhava, porque eles trabalharam juntos”, contou a jovem, que preferiu não revelar a identidade, em entrevista à TV Bahia.
A família de Rosineide acredita que Fabrício colocou veneno na comida. “Ele disse que ia esfaqueá-la no trabalho. Que ia pegar uma arma e dar um tiro na cara dela”, afirmou a filha. A jovem também revelou que a mãe havia registrado um Boletim de Ocorrência por violência doméstica contra Fabrício, e que ele chegou a ligar para um familiar pedindo que retirassem os filhos de Rosineide da casa, pois ele planejava matá-la. “Ele ligou para meu ex-padrasto, pai dos meus irmãos, e mandou tirar meus irmãos de lá, porque ia matá-la.”
Vizinhos contaram que Fabrício teria informado a um mototaxista que estava com indigestão após comer feijão. Antes de iniciar a corrida, ele desmaiou e começou a apresentar espuma na boca. Os moradores pensaram que ele tinha tido um ataque epiléptico e chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Fabrício foi reanimado e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde permaneceu internado até falecer.
Após encontrar um pote de feijão e ouvir o relato do mototaxista, os médicos entraram na casa de Rosineide e a encontraram sem vida no quarto, também com sinais de envenenamento. Rosineide deixou quatro filhos. Seu corpo foi sepultado na terça-feira (16), no Cemitério Municipal de Brotas, em Salvador.