Após três dias de julgamento no Fórum Ruy Barbosa, a juíza Andréia Sarmento condenou os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda a 21 anos de prisão pelo assassinato do adolescente Lucas Terra. Em 21 de março de 2001, Lucas Vargas Terra, de 14 anos, foi estuprado e queimado vivo por membros da Igreja Universal. Os pastores foram julgados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel com o uso de fogo. O crime de ocultação de cadáver prescreveu, ou seja, encerrou o prazo legal para punir pelo crime.
Em 2012, o pastor Silvio Galiza, também acusado, chegou a ser preso e condenado a 18 anos. Entretanto, teve progressão de regime, cumpriu a pena e hoje está em liberdade condicional. Foi através do depoimento de Galiza que Fernando e Joel foram denunciados pelo Ministério Público.
O julgamento foi marcado por emoção, contradições de testemunhas e falta de apoio da Igreja Universal à família da vítima. Marion Terra, mãe de Lucas, afirmou que a Igreja Universal do Reino de Deus e nenhum de seus pastores prestaram apoio após a morte de seu filho. Marion também disse que não ficou surpresa quando Silvio Galiza, pastor auxiliar condenado por envolvimento no caso, afirmou que Fernando Aparecido da Silva e Joel Mirando tinham sido os verdadeiros assassinos de Lucas.
A Igreja Universal divulgou uma nota a respeito dos depoimentos de testemunhas durante o júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, afirmando que acredita na inocência deles. Os dois condenados têm aproximadamente 32 anos de vínculo com a igreja e não foram afastados.
No decorrer do julgamento, várias testemunhas foram ouvidas, incluindo membros da igreja, esposas dos réus e pessoas próximas a Lucas Terra. Houve contradições e confusões entre as equipes de defesa e acusação, e alguns depoimentos revelaram detalhes chocantes sobre o envolvimento dos pastores no crime e o relacionamento abusivo entre Lucas e Silvio Galiza.