A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando a morte de uma bebê de oito meses e a internação de uma mulher de 50 anos por suspeita de envenenamento em Natal. O caso aconteceu na semana passada, no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste da capital.
Segundo relatos da família, Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, e Yohana Maitê Filgueira Costa, de oito meses, passaram mal após consumirem açaí com granola recebido por Geisa como presente. A entrega foi realizada por um motoentregador no dia 14 de abril. Yohana, filha da prima de Geisa, morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cidade da Esperança. Geisa está internada em estado grave, entubada na UTI do Hospital Regional de Macaíba.
De acordo com o filho de Geisa, Yago Smith, as entregas começaram no dia 13 de abril, quando a mãe recebeu chocolates e um urso de pelúcia acompanhados de uma mensagem. No dia seguinte, chegou a segunda entrega, contendo o açaí e a granola que foram consumidos por Geisa e a bebê. Cerca de 40 minutos após a ingestão, Yohana passou mal e não resistiu.
No terceiro dia, 15 de abril, outra porção de açaí foi entregue. Geisa voltou a consumir o alimento e, desta vez, apresentou sintomas graves, como suor excessivo, tremores e dificuldade para falar. Ela foi levada para a UPA e, devido à gravidade do quadro, foi transferida para a UTI.
A equipe médica suspeitou de envenenamento devido aos sintomas apresentados por Geisa e orientou a família a procurar a Polícia Civil. O filho de Geisa registrou boletim de ocorrência e entregou amostras do açaí, das embalagens e das mensagens recebidas. O material foi encaminhado ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) para análise toxicológica.
A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento e que testemunhas foram ouvidas. A corporação busca identificar o motoentregador responsável pelas entregas para rastrear quem solicitou os pedidos.
Em nota, a polícia ressaltou que ainda não é possível confirmar a causa da morte da criança e o motivo do agravamento do estado de saúde de Geisa, uma vez que os laudos periciais não foram concluídos. A possibilidade de envenenamento é considerada, mas qualquer conclusão é tratada com cautela.