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Polícia e investigação

Brasil: Após matar médica, motorista finge ser ela no WhatsApp durante 2 meses para enganar família

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A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta semana, um homem de 32 anos, suspeito de matar uma médica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Segundo a investigação, ele usou o WhatsApp de Gabriela Cunha, de 44 anos, por dois meses – mandando mensagens para a família e se passando pela vítima.

O assassinato ocorreu em 24 de outubro do ano passado, quando Rafael Henrique Dutra, 32, era motorista particular de Gabriela Cunha. Detido pela Divisão de Repressão a Sequestros nesta segunda-feira (28), ele confessou o crime.

Para não levantar suspeitas, depois do crime, Rafael ficou com o celular de Gabriela e passou a se comunicar com a família da médica. As mensagens diziam que ela “estava internada em uma clínica de repouso para tratar de problemas pessoais, e retornaria no Natal”.

Além desses textos, a família da servidora contou que Rafael enviou mensagens à filha da médica, pelo WhatsApp, se passando por ela e dizendo que amava a menina.

O motorista enviou, ainda, mensagens do próprio celular para os familiares da vítima, como se estivesse em contato com ela. Em uma das conversas, em dezembro, ele disse ao ex-marido de Gabriela Cunha que tinha falado com a médica, e que ela pedia notícias da filha.

Nos dois meses em que se passou por Gabriela, o motorista movimentou cerca de R$ 200 mil da conta bancária da vítima. De acordo com o Portal da Transparência, ela recebia salário mensal de R$ 17 mil.

Chefe da investigação, o delegado Leandro Ritt afirma que, por causa da vida atribulada, Gabriela deu uma procuração de plenos poderes ao motorista – permitindo que ele fizesse pagamentos e assinasse documentos no nome da médica.

A procuração foi desfeita por ela em outubro, mas o homem guardou uma cópia autenticada do documento.

O motorista também enviou mensagens para servidores da Secretaria de Saúde do DF. Em 28 de dezembro, após o ex-marido dizer que precisava falar “urgente” com a Gabriela.

Nota de pesar

Em nota, a Secretaria de Saúde apontou que Superintendência da Região de Saúde Sudoeste abriu processo administrativo em dezembro de 2018 para apurar a ausência da servidora, que compareceu, pela última vez ao trabalho, em 24 de outubro. O pagamento foi bloqueado no mesmo mês em que o processo foi aberto.

A pasta também manifestou “profundo pesar pelo falecimento da servidora”. De acordo com a secretaria, a médica era especialista em cirurgia-geral e dirigiu o Hospital Regional de Taguatinga entre 6 de março e 24 de outubro de 2018, quando desapareceu.

“A profissional, que era muito dedicada ao serviço, ingressou na Secretaria de Saúde do Distrito Federal em 10 de janeiro de 2006 e, na maior parte da carreira, atuou no Hospital Regional de Ceilândia”, diz o texto.

Erros de português

Inicialmente, o desaparecimento de Gabriela não despertou desconfiança da família porque ela já tinha ficado internada, em anos anteriores, para tratar de depressão.

Em 27 de dezembro, no entanto, a família decidiu registrar um boletim de ocorrência informando o desparecimento de Gabriela. Os parentes da vítima começaram a perceber erros de português nas mensagens enviadas e a desconfiar da situação, já que o retorno após o Natal não tinha acontecido.

Após um mês do registro da ocorrência, os investigadores conseguiram juntar as provas contra Rafael.

R$ 200 mil roubados

Nos dois meses em que se passou por Gabriela, o motorista movimentou cerca de R$ 200 mil da conta bancária da vítima. Ao longo desse período, Rafael também usou os veículos da médica e adquiriu outros dois automóveis.

O delegado da Divisão de Repressão a Sequestros, Leandro Ritt, explicou que o motorista conseguiu roubar toda essa quantia porque Gabriela, por causa da vida atribulada, acabou dando uma procuração de plenos poderes ao motorista – permitindo que ele fizesse pagamentos e assinasse documentos no nome da médica.

“Durante dois anos, atuou como motorista e também como gerente das suas contas pessoais, questão de imóveis, contas bancárias. Ele tinha uma procuração com plenos poderes. A partir do segundo semestre de 2018, alertada por um namorado, Gabriela tirou esses poderes e recolheu a procuração.”

 

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