O brasileiro responsável por assassinar três moradores de rua em Barcelona, durante o confinamento da pandemia, foi condenado a 63 anos de prisão, conforme divulgado nesta terça-feira, 27, pela Justiça espanhola.
A decisão foi tomada pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) que considerou o acusado culpado, por unanimidade, de três assassinatos e, por maioria, de três crimes contra a integridade moral. Foi acrescentada, entretanto, uma atenuante para a sentença: a dependência química do réu.
De acordo com o TSJC, o cumprimento máximo da pena será de 40 anos, informação divulgada após o encerramento do julgamento que começou no dia 12 de junho. O réu, que já admitiu sua culpa, chegou a um acordo com o Ministério Público para aceitar a sentença de 63 anos de prisão.
As vítimas foram um marroquino de 23 anos, um espanhol de 67, e um francês de 32, conforme informou a Arrels Fundació (Fundação Raízes), uma associação catalã de assistência a pessoas em situação de rua que atuou como assistente de acusação no julgamento.
Os homicídios ocorreram no decorrer de 11 dias em abril de 2020, em locais centrais de Barcelona, e o suspeito foi detido no mesmo mês. Segundo a promotoria, o acusado aproveitou-se da vulnerabilidade das vítimas, que estavam dormindo nas ruas, e da situação de confinamento devido à pandemia da Covid-19, impedindo que pedissem ajuda.
A polícia catalã destacou a violência “desmedida e gratuita” que o réu usou contra as vítimas. A Espanha decretou estado de emergência em 14 de março de 2020, dando início a um mês de confinamento total, seguido por severas restrições até maio de 2021.
A Arrels Fundació divulgou que, desde 2015, mais de 400 pessoas morreram nas ruas de Barcelona devido ao frio, doenças ou violência. No último levantamento da instituição, de 2022, foi estimado que mais de 1.200 pessoas vivem nas ruas da cidade.