Luckas Viana, de 31 anos, e Phelipe Ferreira, de 26 anos, foram resgatados no Mianmar após meses mantidos em cárcere privado pela máfia chinesa. A libertação aconteceu no último fim de semana e foi confirmada pelo Itamaraty nesta terça-feira (11). A operação de resgate foi conduzida pela ONG Exodus Road Brasil.
A máfia obrigava os prisioneiros a aplicar golpes financeiros, estipulando metas de US$ 100 mil por mês. Aqueles que não atingiam os valores eram submetidos a torturas, como choques elétricos e trabalho forçado por mais de 18 horas diárias.
Luckas foi levado ao Mianmar após ser enganado com uma falsa proposta de trabalho na Tailândia. Sua mãe, Cleide Viana, soube das condições do filho em outubro, quando recebeu uma ligação de poucos minutos. Em dezembro, ele conseguiu novo contato e relatou que seus sequestradores exigiam US$ 20 mil para libertá-lo. Ela iniciou uma arrecadação online para tentar resgatá-lo.
Os brasileiros estavam presos no Triângulo de Ouro, área onde a máfia chinesa atua explorando imigrantes para crimes cibernéticos, como fraudes em investimentos e golpes em aplicativos de relacionamento.
A fuga aconteceu na madrugada entre os dias 8 e 9 de fevereiro e envolveu 85 reféns de diferentes nacionalidades. O grupo conseguiu escapar após um acordo com o Exército Budista Democrático Karen (DKBA), que mantinha registros de 371 vítimas sob controle da máfia.