A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva da mãe da adolescente de 13 anos que foi estuprada e espancada até a morte pelo padrasto, em Sarutaiá(SP). O mandado de prisão foi expedido após a Polícia Civil identificar que Josiele de Souza Almeida teria acobertado os crimes para proteger o companheiro dela, Vinicius Luiz dos Santos.
Conforme a representação feita pelo Ministério Público ao Poder Judiciário, Yasmim de Souza Carvalho foi assassinada para “garantir impunidade”. O crime foi cometido na frente da mãe e dos dois irmãos mais novos dela. No entanto, apesar de testemunhar o episódio, Josiele levou a filha ao pronto-socorro de Piraju (SP) e afirmou que a menina havia caído do telhado.
Após a morte da adolescente, a mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência afirmando que havia encontrado a filha desacordada e com sinais de violência pelo corpo. A adolescente chegou a ser levada ao pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
A mãe alegou que a filha estava sob os cuidados do atual companheiro dela. No entanto, ao fazer os exames necroscópicos e sexológicos no Instituto Médico Legal (IML) de Avaré (SP), a polícia descobriu que a adolescente foi agredida com um pedaço de madeira e que Vinicius Luiz dos Santos abusava sexualmente da enteada. Ele confessou a autoria das agressões e afirmou que abusava sexualmente da adolescente.
A Polícia Civil informou que o casal passou a responder pelos crimes de estupro e homicídio no contexto de violência doméstica. Na denúncia do MP-SP, o promotor incluiu outras cinco qualificadoras: meio cruel, recurso que impediu defesa da vítima, crime cometido para assegurar a impunidade e crime contra mulher e menor de 14 anos.
Na casa onde a família vivia, o Instituto de Criminalística encontrou manchas de sangue nas paredes de um dos cômodos. As equipes localizaram ainda um cabo de vassoura partido ao meio, pedaços de madeira e uma machadinha, que foram apreendidos. “Esses materiais foram recolhidos e serão periciados. É dessa forma, mais os laudos do IML, que vamos identificar como foi o crime”, explicou a delegada responsável pelo caso, Jordana Amorim.
O caso de Yasmin era acompanhado pelo Conselho Tutelar do município. “(…) tinham marcado com a psicóloga, após denúncia [anônima] de abuso e agressão”, disse. Apesar da denúncia, o atendimento psicológico à garota não chegou a ser agendado, segundo Jordana.