O Chefe de investigação da Delegacia Especial de Proteção à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, o policial civil Marcos André de Oliveira dos Santos, de 50 anos, foi denunciado por agressões e ameaças a uma ex-namorada.
A mulher, que é advogada, relata que o homem tinha um “ciúme doentio”, que evoluiu para violência física e humilhações quando ela tentou romper o relacionamento, ela chegou a ficar três horas imobilizada.
Durante duas tentativas de terminar o relacionamento com o acusado, a advogada registrou as conversas entre eles por celular. Na primeira, na própria casa, em 31 de dezembro, ouviu de Marcos: “Se sua irmã aparecer aqui, vou te furar, vou te matar e me matar depois”.
A segunda aconteceu em 19 de janeiro, no mesmo local. Segundo a denúncia, Marcos passou a madrugada “xingando, ameaçando, humilhando e agredindo fisicamente a companheira/vítima”.
“Você vai se f…”, “vou te meter a porrada”, “vou f… a tua vida”, “piranha, filha da p…”, foram algumas das frases ditas pelo acusado.
Neste áudio, também é possível identificar as agressões do policial. Em certo momento, a advogada reclama de puxões de cabelo e cuspidas na cara, ao que o homem responde: “Você escolhe: soco na cara, spray na garganta ou apneia”.
“Marcos, você prende quem faz isso. Como você está fazendo isso comigo? Polícia pode bater em mulher?”, ela questiona. “Pode, pô. Se a mulher merecer, pode”, responde o agente.
A vítima apresentou os áudios à Corregedoria-Geral de Polícia Civil, onde formalizou a denúncia.
A Polícia Civil confirmou que o agente foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça, pelo crime de violência doméstica. Ele também é acusado de lesão corporal, injúria, ameaça e violência psicológica pela ex-companheira.
Os crimes teriam sido cometidos durante o relacionamento do casal, que durou cerca de um ano. A vítima conheceu o policial justamente na Deam, quando foi buscar a cópia de um inquérito em fevereiro de 2021.
A Polícia Civil informou que Marcos foi afastado do serviço na Deam de Jacarepaguá, “assim como não está exercendo a função em nenhuma unidade especializada neste tipo de atendimento”. Não foi informado onde o agente está lotado.