Telas que retratam pessoas em uma ponte, sob um vistoso céu avermelhado; ou mesmo a representação do rosto de Cristo, que derrama lágrimas ao observar o planeta Terra. Essas são duas cenas pintadas por Luiz Claudio Sant’Anna, o Lico. Além do talento com os pincéis — um hobbie — ele exerce função que nada tem a ver com a arte: segundo a Polícia Civil, o homem, que vivia em João Pessoa, na Paraíba, é chefe do tráfico do Complexo do Viradouro, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Não só isso: possui uma extensa ficha criminal, com registros de homicídio, extorsão e estupros.
Em uma ação conjunta de agentes da delegacia de Icaraí, a 77ª DP, e policiais da Paraíba, ele foi preso em um condomínio de luxo no bairro Tambaú, nesta sexta-feira.
Segundo a Polícia Civil, ele possui, ao todo, 42 anotações criminais, acusado de homicídio, lesão corporal, furto, roubo e tráfico a mão armada, extorsão mediante sequestro, receptação, estupro, posse ilegal de arma e tráfico de drogas. Delitos que foram praticados diversas vezes.
Lico foi preso após os investigadores identificarem o seu paradeiro. Uma equipe da distrital, então, foi até aquele estado do nordeste e o encontraram — cumpriram o mandado de prisão em aberto que estava em seu nome:
— Esse mandado dele atual, que nós cumprimos, é oriundo de uma investigação da delegacia sobre os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico — afirmou a delegada titular da 77ª DP Raíssa Celles.
Ainda segundo a delegada, Lico pertence ao alto escalão de uma facção criminosa que atua no Rio e, além disso, chefia a organização que comercializa armas e drogas no Complexo do Viradouro.
A polícia o descreve como “uma pessoa violenta”.
Nos quadros, ele assina as pinturas como Luiz Águia. De acordo com a polícia, esta não seria fonte de seu sustento, mas um hobbie.