O corpo de Emerson Ramon da Silva, 23 anos, foi descoberto neste domingo (16) em um canavial localizado na cidade de São Sebastião, interior de Alagoas. Emerson estava desaparecido desde o último domingo (9).
A família encontrou o corpo após receber uma denúncia anônima. O corpo, já em avançado estado de decomposição, ainda aguarda confirmação oficial da causa da morte, prevista para ser divulgada nas próximas semanas.
O jovem havia feito seu último contato com a família por meio de um telefonema para seu pai, um empresário de Arapiraca, que fez um apelo público em busca do paradeiro do filho.
A Seção de Antissequestro da Draco estava à frente das investigações. O delegado João Marcelo afirmou que estavam rastreando os últimos passos de Emerson e que imagens de câmeras de segurança foram requisitadas para identificar os responsáveis pelo crime.
Na terça-feira (18), a chefia especial do Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca informou que o corpo encontrado ainda não foi oficialmente identificado. De acordo com a perita criminal Jana Kelly, a identificação do cadáver masculino será feita através de exame de genética forense, já que o estado de decomposição avançada impediu a coleta de impressões digitais.
A perita também esclareceu informações errôneas sobre o estado do corpo, confirmando que não havia sinais de carbonização. A coloração escura da pele se deve ao avançado estado de decomposição. Ela também desmentiu rumores de que o corpo estava decapitado, mas confirmou a ausência de ossos da mão direita, atribuída à possível ação de animais no local.
O exame cadavérico realizado pelo perito médico legista José Cláudio Gusmão concluiu que Emerson foi vítima de traumatismo crânio-encefálico causado por um instrumento perfuro-contundente, resultado de um disparo de arma de fogo.
Seguindo os protocolos de identificação humana do IML de Alagoas, a primeira tentativa de identificação foi através de necropapiloscopia, mas a coleta das impressões digitais foi inviabilizada pelo avançado estado de putrefação.
Considerando a possibilidade de o corpo ser do jovem desaparecido de Arapiraca, a perita odontolegista Claudia Ferreira realizou um exame odontolegal para comparar a arcada dentária do corpo com os registros odontológicos da pessoa desaparecida. Contudo, a família não conseguiu fornecer a documentação odontológica necessária.
A perita então coletou amostras de material genético do pai de Emerson. Essas amostras, junto com material biológico do cadáver, foram enviadas ao Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió para realização do exame de DNA.
A chefia do IML de Arapiraca também orientou a família a solicitar a liberação do corpo por ordem judicial, mesmo com a necessidade de seguir o protocolo oficial de identificação.