O deputado federal Carlos Alberto da Cunha, mais conhecido como Delegado da Cunha, do PP-SP, enfrenta uma nova acusação na Justiça de São Paulo. Após já ter se tornado réu por um caso de violência contra ex-mulher em 2023, ele agora é acusado de abuso de autoridade e constrangimento ilegal durante sua atuação como delegado em uma operação policial. Da Cunha, que recebeu mais de 180 mil votos nas eleições de 2022, ganhou notoriedade por publicar vídeos de operações policiais na internet.
Em julho de 2020, em uma ação numa comunidade da zona leste de São Paulo, Da Cunha teria exercido de forma inadequada sua autoridade. Segundo investigações, durante a operação relacionada a um caso de sequestro, ele teria constrangido tanto a vítima quanto o criminoso responsável pelo cativeiro.
O Ministério Público de São Paulo apura se ele forjou a cena de resgate do sequestro para as câmeras, exigindo que tanto o homem sequestrado quanto o sequestrador retornassem à residência onde o cativeiro estava localizado para simular a operação de resgate. As imagens foram posteriormente divulgadas nas redes sociais do deputado e para a imprensa, apresentando-o como o responsável pela ação, incluindo a prisão de um suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Após a divulgação do vídeo, Da Cunha admitiu ter simulado a operação para recriar os eventos para as câmeras. O caso está atualmente sob segredo de justiça, e o deputado se tornou réu em fevereiro, com a informação se tornando pública em março. A acusação foi formalizada pelo promotor Adolfo Sakamoto Lopes.