No coração de Salvador, a dor da perda e o clamor por respostas se uniram no Cemitério Municipal de Plataforma nesta sexta-feira (21). Willy Cleiton Silva Lopes, um rifeiro da região metropolitana de Salvador que desapareceu em Simões Filho, teve seu corpo enterrado entre lágrimas e a presença solidária de familiares e amigos.
Willy era conhecido em Simões Filho e teve seu último contato no domingo (16) quando saiu de casa com a intenção de fotografar manobras com sua motocicleta. O jovem estava na companhia de amigos. Relatos apontam que uma viatura descaracterizada com policiais militares apareceu no local. Segundo uma testemunha, os PMs dispararam contra o grupo, e Willy fugiu. Após este evento, o rifeiro não foi mais visto.
Contrapondo essa narrativa, a mãe de Willy, Milse Silva, expressou sua surpresa com o fato de Willy ter saído de casa naquele dia, mencionando que ele tinha mencionado trabalhar com rifas, um detalhe diferente do relatado pelo amigo.
Mesmo diante do desaparecimento, a esperança não abandonou a família. Fabiano Ribeiro, tio de Willy, buscou incansavelmente pelo sobrinho, até mesmo visitando áreas de mata na esperança de encontrá-lo. Infelizmente, na terça-feira (18), a motocicleta de Willy e seu celular foram encontrados durante uma operação policial. Seu corpo foi localizado no mesmo dia em um terreno próximo à Rodovia Vasco Filho. A identificação oficial, no entanto, só foi confirmada na quinta-feira (20).
Com múltiplas versões dos eventos em circulação, a Polícia Militar ainda não se manifestou sobre as informações apresentadas pelas testemunhas à família Lopes. A família busca entender por que oficiais da região negaram quaisquer registros de atividades policiais no local naquele fatídico dia.
As investigações estão a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Por enquanto, o caso permanece um mistério, com ninguém detido. As autoridades policiais informaram que as investigações estão em andamento, sem novos detalhes a serem compartilhados neste momento.