Um dia qualquer. Uma rotina comum. E então, o inimaginável acontece: um ente querido desaparece sem deixar rastros. A recente e alarmante ausência de uma jornalista de 24 anos ilustra uma realidade angustiante que muitos enfrentam: o desaparecimento repentino de alguém próximo. E o pior, muitos desconhecem as medidas necessárias a serem tomadas nessas circunstâncias.
O primeiro passo, contrariando o senso comum, não envolve uma espera de 24 horas. “O momento para agir é agora”, assegura a delegada Marilene Lima, da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP). “Se houve uma ruptura na rotina usual do indivíduo e não se consegue estabelecer contato, é hora de iniciar a busca.”
A burocracia do desaparecimento
A delegada Lima orienta que, ao perceber o desaparecimento, os familiares devem dirigir-se imediatamente à DPP portando uma foto recente do desaparecido, o RG do responsável pela denúncia e, se disponível, um documento de identificação da pessoa desaparecida.
As informações sobre o horário do desaparecimento, vestimenta usada pela última vez, detalhes físicos únicos e o último local visitado pela pessoa desaparecida podem ser fundamentais na condução das investigações.
Atuação da Polícia Civil
Após a formalização do Boletim de Ocorrência, a Polícia Civil inicia uma busca pelas unidades hospitalares locais e faz uma triagem para confirmar se a pessoa desaparecida não se encontra presa. Este trabalho é auxiliado por um grupo denominado Localização e Identificação, que conta com 150 assistentes sociais distribuídos pelos principais hospitais e UPAs da cidade.
Família no centro da tempestade
Nos casos em que o desaparecimento pode estar ligado a questões de dívidas ou tráfico de drogas, a Polícia Civil orienta que os familiares não tentem resolver o problema por conta própria, devido ao risco de se tornarem alvos de criminosos.
E quando a pessoa desaparecida é encontrada?
Quando o desaparecido retorna ao convívio familiar, é crucial que a polícia seja informada imediatamente para que o caso seja oficialmente encerrado. Isso auxilia na manutenção de estatísticas precisas e permite que os recursos policiais sejam direcionados para outros casos ainda não resolvidos.
Embora essas informações não diminuam o medo e a ansiedade de encarar o desaparecimento de um ente querido, elas proporcionam um guia concreto de ações a serem tomadas, oferecendo alguma forma de controle em meio ao caos. O conhecimento é uma ferramenta vital em qualquer crise – e o desaparecimento de um familiar não é exceção.