“Ele sempre foi muito calado”, diz professor sobre estudante que cometeu massacre em Heliópolis (BA)

Professor descreve estudante que cometeu massacre em Heliópolis como calado e isolado. Investigações continuam.

Imagem: Reprodução/Correio24horas

O professor José Magnoélio Silva, do Colégio Municipal Dom Pedro I, em Heliópolis, Bahia, descreveu o jovem Samuel Santana Andrade, de 14 anos, que matou três colegas e tirou a própria vida, como um aluno calado e retraído. Em entrevista ao Portal A TARDE, o docente afirmou que Samuel era introspectivo, tinha dificuldade para se expressar e não se integrava facilmente com os demais alunos.

Segundo o professor, Samuel raramente interagia com seus colegas, preferindo permanecer isolado. Embora ele demonstrasse nervosismo em atividades públicas, como provas e apresentações, nunca apresentou comportamentos agressivos. O professor enfatizou que Samuel se envolvia mais com o mundo digital, utilizando celular e computador frequentemente.

“Ele sempre foi muito calado, não gostava muito de conversar e nem de se apresentar em público. Em dias de prova ou apresentação em público, ele demonstrava nervosismo e dificuldade para se expressar. Apesar disso, ele nunca demonstrou qualquer perfil agressivo. Na verdade, era mais tranquilo, na dele, e gostava de ficar mais no mundo digital, no celular, no computador”, detalhou.

Os três adolescentes mortos — Jonathan Gama dos Santos, Adriele Vitória Silva Ferreira e Fernanda Sousa Gama — eram próximos entre si, mas não tinham uma relação aparente de proximidade com Samuel, que costumava sentar-se afastado deles.

“Jonathan, Adriele e Fernanda eram bem amigos. Sempre sentavam juntos na sala e tinham as melhores notas, eram alunos destaque. Já o Samuel, sentava mais distante, falava pouco, era mais difícil conseguir extrair muita coisa dele. Apesar disso, ele nunca foi um aluno ruim. Não era o melhor, mas também não era o que tinha as piores notas. Ele andava na média”, disse o professor.

As autoridades locais, incluindo o Ministério Público da Bahia e a Secretaria de Segurança Pública, estão conduzindo uma investigação para determinar os motivos que levaram o adolescente a cometer o crime. A arma usada, um revólver calibre 38, já foi recolhida e passará por perícia.