Elize Matsunaga, que cumpre pena por matar e esquartejar seu marido Marcos Matsunaga, quer publicar um livro autobiográfico intitulado “Piquenique no Inferno”, que foi escrito à mão na prisão, com o objetivo de pedir perdão à filha. Ela quer que a menina, que hoje tem 11 anos, leia o livro quando for adulta e entenda sua versão do crime.
Nas páginas, Elize conta sua origem humilde, como foi vítima de violência sexual na adolescência e depois de violência doméstica quando se casou. Hoje, a guarda da criança é dos avós paternos, que proíbem a menina de ver a mãe.
O crime ocorreu no dia 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, em São Paulo. O caso ganhou fama, já que envolvia o empresário herdeiro da indústrias de alimentos Yoki.
“Minha amada [filha], não sei quando você lerá essa carta ou se um dia isso irá acontecer. Sei o quão complicada é nossa história, mas o que eu escrevo aqui não se apagará tão fácil”, escreve Elize.
O livro, de 178 páginas, foi escrito na prisão em um caderno com desenhos de crianças em frente à uma escola.
A versão que ela apresenta do crime já é conhecida pela polícia e pela Justiça. Partes do relato chegaram a ser usados por sua defesa durante o julgamento.
Elize foi condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão, em regime fechado, em 2016, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em 2017, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena dela para 16 anos e três meses.
Hoje, ela cumpre a pena em regime semiaberto na penitenciária feminina de Tremembé, no interior paulista. Elize deve sair em 20 de janeiro de 2028, quando termina sua condenação.
“E como o fim é sempre um novo começo, me atrevo a dizer que não termino minha vida na prisão”, afirma Elize no livro.