O Ministério Público do Ceará e a Ordem dos Advogados do Brasil – secção do Ceará (OAB Ceará), estão investigando a Febracis, uma empresa autodeclarada especializada em coaching e educação empresarial, por supostas práticas discriminatórias. O caso veio à tona quando a empresa, com sede em Fortaleza, teria informado aos funcionários durante um treinamento que “Não contratamos petistas, comunistas ou pessoas que façam parte de religiões como candomblé”.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também tomou conhecimento do caso na última sexta-feira (5) e iniciou uma investigação paralela para apurar a conduta da empresa. O MPT ressaltou que a adoção de critérios discriminatórios na seleção de empregados é uma prática contrária à Constituição Federal e às leis trabalhistas.
Segundo fontes internas da empresa, as declarações discriminatórias contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e outras correntes políticas de esquerda se intensificaram durante o período eleitoral de 2022. A mesma fonte descreveu ao Ministério Público que “Também já houve momentos em que falaram que quem apoiava o PT, o comunismo, era satanista, contrário a Deus, estava seguindo ao demônio”.
Este caso de suposta discriminação também se estende à liberdade de culto, uma vez que a empresa teria expressado reservas em relação à contratação de pessoas que praticam religiões afro-brasileiras, como o candomblé.
Em resposta às alegações, a Febracis divulgou uma nota afirmando que é “contrária a qualquer tipo de assédio e respeita as pessoas como elas pensam e são, bem como suas diferentes ideologias, culturas, religiões e formas de expressão.” A empresa também declarou que está instaurando um processo interno para apurar os fatos.