Esquema de contrabando de eletrônicos afasta servidores da Receita Federal na Bahia e Pará

Quatro servidores da Receita Federal foram afastados, suspeitos de facilitar contrabando de eletrônicos na Bahia e no Pará, resultando em prejuízo de R$ 70 milhões; 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Juazeiro, BA.

Foto: Divulgação/PF

Quatro servidores da Receita Federal foram afastados de suas funções por suspeita de envolvimento em um esquema de contrabando e descaminho de produtos eletrônicos. A Polícia Federal (PF) revelou que o grupo estaria envolvido em operações que movimentaram R$ 70 milhões entre abril de 2023 e agosto de 2024, com produtos que foram distribuídos para estados do Nordeste.

Na manhã desta quarta-feira (4), a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Juazeiro, cidade localizada no norte da Bahia, e em outros estados como o Pará e o Piauí. Um dos servidores investigados atua na Bahia, enquanto os outros três trabalham no Pará. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e o bloqueio de valores de até R$ 20 mil dos investigados, como parte das medidas para garantir ressarcimento ao erário público, caso sejam condenados.

A investigação, que começou em janeiro deste ano, apontou o envolvimento de diversas pessoas em um esquema estruturado. Conforme informações da PF, alguns dos investigados eram responsáveis por garantir a saída dos produtos no exterior, enquanto outros se encarregavam de sua distribuição em território nacional. Entre os suspeitos, estão servidores da Receita Federal que, segundo a investigação, deixavam de realizar a fiscalização de produtos eletrônicos, permitindo sua entrada irregular no Brasil.

Esses servidores já haviam sido alvo de processos administrativos anteriormente, relacionados a suspeitas de facilitação de crimes semelhantes. A operação também resultou em três flagrantes nos últimos meses, em cidades como Juazeiro, Belém e Guarulhos, onde integrantes da organização foram detidos transportando aparelhos eletrônicos sem comprovação legal.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de organização criminosa, descaminho, contrabando, facilitação de contrabando e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas para esses crimes podem alcançar até 39 anos de prisão, além de possíveis sanções administrativas.