Uma ex-funcionária das empresas administradas por Alexandre Correa – ex-marido da apresentadora e modelo Ana Hickmann – afirma ter presenciado a falsificação de assinaturas da artista em documentos bancários. Em um áudio revelado pelo portal LeoDias e confirmado pela assessoria de Ana Hickmann, Bruna Petinelli (também mencionada como Bruna Patelli) relata que Claudia Helena dos Santos, ex-amiga e ex-agente da apresentadora, teria assinado papéis em nome de Ana sem o conhecimento dela. Segundo Bruna, pelo menos um empréstimo bancário – junto ao Banco Daycoval – foi contratado mediante assinatura falsificada da apresentadora. A gravação dessa conversa, considerada uma evidência-chave, foi anexada aos processos judiciais movidos por Ana contra o ex-marido e está sob análise do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), que conduz investigação sobre o caso.
As denúncias apontam que os documentos fraudados incluem contratos tanto do Banco Daycoval quanto do Banco do Brasil, sugerindo que a suposta falsificação não foi um evento isolado. No áudio, Bruna detalha ter testemunhado Claudia Helena assinando contratos bancários em nome de Ana Hickmann, sem autorização, enquanto trabalhava diretamente com Claudia e Alexandre. Bruna atuou na gestão das empresas do casal até outubro de 2023 e afirma “saber de muita coisa” relativa às movimentações financeiras sob investigação. Essas revelações lançam suspeitas graves sobre a conduta de pessoas de confiança da família, indicando um possível esquema de fraude documental dentro da estrutura societária do ex-casal.
Investigação do DEIC e perícias divergentes
Diante da gravidade das acusações, o caso vem sendo acompanhado de perto pelas autoridades. O DEIC instaurou inquérito para apurar a veracidade das denúncias de falsificação de assinatura e já solicitou material grafotécnico (amostras de grafia) dos envolvidos. No entanto, Ana Hickmann revelou que tanto Alexandre Correa quanto Claudia Helena estariam se recusando a fornecer material grafotécnico para comparação. Esse procedimento seria fundamental para confirmar se as assinaturas nos contratos contestados são falsas. “A investigação precisa seguir e a verdade tem que aparecer”, declarou a apresentadora, ao cobrar a cooperação dos suspeitos por meio de suas redes sociais.
Paralelamente à investigação policial, tramitam na Justiça processos relacionados aos documentos supostamente fraudulentos. Neles, perícias técnicas contraditórias acirram a disputa. Em um dos processos, que trata de um empréstimo de R$ 730 mil junto ao Banco Daycoval, um laudo pericial particular apresentado pela defesa de Ana apontou que a assinatura nos papéis não era autêntica, indicando fraude. O Banco Daycoval, contudo, não aceitou esse laudo produzido a pedido da apresentadora, e um juiz determinou uma nova perícia independente. O resultado da nova análise, conduzida por um perito nomeado pela Justiça (Reginaldo Tirotti), contrariou a expectativa de Ana Hickmann ao concluir que as assinaturas conferem com as dela, não identificando falsificação. Esse laudo oficial atestando a autenticidade das firmas trouxe uma reviravolta no caso. Ainda assim, a equipe jurídica de Ana contesta a conclusão, alegando possíveis “vícios” no processo pericial e pretende solicitar novos exames técnicos. Até o momento, o juiz responsável não homologou o laudo recente, mantendo em aberto a possibilidade de reavaliação pericial.
Enquanto isso, outros contratos bancários suspeitos também estão sob escrutínio. De acordo com Ana Hickmann, dez assinaturas dela já teriam sido comprovadamente falsificadas em operações diversas, conforme apuração do próprio DEIC. A apresentadora afirma enfrentar disputas semelhantes com outros bancos, além do Daycoval, e cita casos em que as evidências penderam a seu favor. “O contrato com o Itaú já foi conclusivo quanto à falsificação. O Bradesco desistiu da cobrança por reconhecer que a assinatura que constava no contrato não era minha. O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) suspendeu o processo do Safra até o final das apurações” – revelou Ana em entrevista, ressaltando as descobertas obtidas até agora. Essas informações sugerem um modus operandi mais amplo de supostas fraudes financeiras em nome da apresentadora, envolvendo múltiplas instituições. Todas essas frentes estão sendo unificadas pela investigação policial, que poderá resultar em ações penais caso se confirmem as falsificações.
Acusações e defesa dos envolvidos
Os desdobramentos do caso revelam um cenário de acusações mútuas e versões conflitantes entre as partes envolvidas. Ana Hickmann, de 42 anos, acusa diretamente o ex-marido Alexandre Correa de orquestrar um esquema de desvio patrimonial usando documentos falsificados. Segundo a apresentadora, Alexandre teria contado com a ajuda de sua então agente e braço-direito, Claudia Helena dos Santos, para forjar até 48 assinaturas em seu nome ao longo dos últimos anos. Essa alegação indica que diversas transações financeiras – incluindo abertura de contas, contratos de empréstimo e outros acordos bancários – podem ter sido efetuadas sem o consentimento de Ana, possivelmente enquanto o casal ainda mantinha negócios em conjunto. A defesa de Ana descreve que Claudia Helena imitava a assinatura da apresentadora de forma rotineira, a ponto de “praticamente ‘criar’ uma assinatura” paralela atribuída a Ana Lúcia Hickmann. Assim, a ex-agente teria conseguido assinar documentos como se fosse a própria Ana, facilitando a contratação de empréstimos e movimentações financeiras supostamente à revelia da apresentadora.
Do outro lado, Alexandre Correa nega categoricamente as acusações de fraude. Por meio de seus representantes legais, o empresário sustenta que Ana Hickmann tinha, sim, conhecimento e participação nas operações financeiras questionadas. O advogado de Correa afirma que Ana assinou voluntariamente o empréstimo de R$ 730 mil do Daycoval, argumentando que “não há como comprovar que as assinaturas foram ou não feitas” por ela, insinuando que a autenticidade das firmas é incontestável. Em comunicado, a defesa de Alexandre chegou a acusar a apresentadora de estar praticando uma inversão de culpa: “A apresentadora, apesar de acusar o marido por quase 500 dias de desvio patrimonial, foi ela mesma quem praticou esses crimes”, alegou o advogado Enio Murad, em nota divulgada à imprensa. Em resumo, Alexandre Correa se coloca como inocente e vítima de falsas acusações, afirmando que todos os contratos bancários em questão teriam sido firmados com o consentimento de Ana.
A ex-agente Claudia Helena dos Santos, apontada como executora direta das falsificações, também rechaça as alegações. Em entrevista ao jornalista Ricardo Feltrin, Claudia negou ter falsificado a assinatura da ex-patroa e manifestou indignação com a acusação. “Eu nunca assinei nada (no lugar de Ana). Qual interesse eu teria de assinar um contrato em nome da Ana, para o dinheiro ir para a empresa e conta da Ana? Que benefício eu tenho com isso? Nenhum!”, defendeu-se a ex-funcionária. Claudia sustenta não haver motivo pessoal para cometer fraude, sugerindo que não lucraria ao falsificar documentos cujo produto (como empréstimos) seria destinado às contas da própria Ana Hickmann. Até o momento, Bruna Petinelli – a ex-funcionária que revelou o áudio – não deu novas declarações públicas além do conteúdo vazado, e nem Claudia Helena nem Alexandre Correa se pronunciaram detalhadamente sobre o áudio em si. Procurados pela imprensa, ambos não comentaram a gravação de Bruna, e mantêm apenas as negativas gerais por meio de seus advogados.
Impactos financeiros e possíveis consequências legais
A polêmica em torno das assinaturas falsificadas gerou impactos financeiros e jurídicos significativos. Ana Hickmann afirma que a descoberta das supostas fraudes a levou a uma “batalha” judicial de mais de um ano contra dívidas que ela contesta serem indevidas. O caso do Banco Daycoval é emblemático: a instituição cobra da apresentadora cerca de R$ 730 mil referentes a um contrato de empréstimo, cujo pagamento estava em aberto. Para evitar danos imediatos ao seu patrimônio, a equipe de Ana negociou o pagamento dessa dívida enquanto a disputa legal prossegue, numa estratégia para proteger os bens da apresentadora até que se esclareça quem é o responsável pelos débitos. Essa negociação, segundo nota divulgada por sua assessoria, não implica reconhecimento de culpa por parte de Ana, mas foi feita para ganhar tempo e evitar prejuízos maiores, dado que o nome dela consta formalmente nos contratos. A própria defesa de Ana ressalta que o acordo com o Daycoval é um processo separado daquele que apura a falsificação de assinaturas – indicando que, paralelamente à quitação do empréstimo, prosseguem as investigações para atribuir responsabilidades sobre como essa dívida foi constituída.
Em relação a outras instituições bancárias, os efeitos variaram conforme as evidências apresentadas. No caso do Banco Bradesco, diante da apresentação de indícios de falsidade na assinatura em um contrato, a instituição desistiu de cobrar a dívida ao reconhecer que a firma não correspondia à de Ana Hickmann. Já o Banco Safra teve um processo judicial suspenso pelo TJSP, aguardando o desfecho das apurações de fraude antes de prosseguir. Com o Banco Itaú, segundo Ana, uma perícia concluída apontou claramente a falsificação, fortalecendo sua posição na contestação de eventuais débitos. Esses episódios sugerem que, em algumas frentes, as alegações da apresentadora encontram respaldo e levaram bancos a recuarem ou a reavaliar cobranças, ao passo que em outras frentes (como no Daycoval) a controvérsia ainda persiste de forma acirrada.
Legalmente, falsificar assinaturas configura crime de falsidade ideológica e estelionato, podendo resultar em pena de reclusão caso os responsáveis sejam identificados e condenados. A confirmação de que terceiros assinaram contratos bancários no lugar de Ana Hickmann, se comprovada, poderá implicar responsabilização criminal de Alexandre Correa e Claudia Helena dos Santos, além de consequências cíveis como a anulação dos contratos fraudulentos e reparação de danos à apresentadora. Por isso, a investigação do DEIC e as perícias oficiais tornar-se-ão fundamentais para embasar eventuais acusações formais pelo Ministério Público.
O caso segue em andamento tanto na esfera policial quanto na judicial. Na Justiça de São Paulo, as ações envolvendo o ex-casal tramitam – uma delas, sob competência empresarial/arbitral, apura o alegado desvio patrimonial e a autenticidade dos documentos questionados. Até que haja uma conclusão, Ana Hickmann permanece publicamente defendendo a tese de que foi vítima de um golpe financeiro articulado por pessoas de sua confiança. “Estou há um ano e três meses em uma batalha sem data para terminar, com muitas inverdades sendo ditas. Eu acredito na Justiça e sei que vamos conseguir comprovar tudo”, desabafou a apresentadora recentemente. Confiante, ela afirma que não desistirá até provar sua versão dos fatos, especialmente diante do histórico de provas que já obteve em seu favor. Por outro lado, Alexandre Correa e Claudia Helena mantêm sua inocência, aguardando que os laudos periciais e decisões judiciais confirmem a legitimidade dos contratos.
A qualquer momento, novas perícias ou testemunhos poderão emergir, trazendo mais clareza sobre quem assinou de fato os documentos bancários em disputa. A comunidade jurídica e o público acompanham atentamente, dado que o caso expõe não apenas uma disputa privada, mas também alertas sobre os riscos de fraude dentro de empresas familiares e a importância de controles rigorosos em transações financeiras. Se confirmada a falsificação de assinaturas, o episódio poderá gerar precedentes importantes e cobranças por maior fiscalização dos procedimentos bancários de autenticação de identidade. Enquanto isso, Ana Hickmann aguarda os próximos passos legais e periciais, determinada a ver esclarecida a verdade por trás das assinaturas questionadas e a responsabilização dos eventuais autores da fraude.