Ex-sinhazinha do Garantido, Djidja Cardoso, morre por overdose de cetamina

Investigação aponta overdose de cetamina como causa da morte de Djidja Cardoso. Mãe e irmão foram presos por envolvimento em rituais com a droga.

A Polícia Civil de Manaus está investigando a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, apontando como causa provável uma overdose de cetamina, também conhecida como ketamina ou quetamina.

Na quinta-feira (30/5), a mãe e o irmão de Djidja foram detidos sob a acusação de realizarem rituais com a droga, que possui propriedades anestésicas e alucinógenas. Durante a investigação, foram encontrados frascos de cetamina, seringas e agulhas nos salões de beleza pertencentes à família de Djidja Cardoso.

A cetamina é um anestésico de uso controlado, e mais recentemente, vem sendo utilizada em baixas dosagens para tratar depressão severa sob supervisão médica. Ilegalmente, também é consumida como alucinógeno em festas e eventos noturnos.

No Brasil, o uso da cetamina para tratamento da depressão foi aprovado pela Anvisa em novembro de 2020. O protocolo exige que a administração seja feita em hospitais ou clínicas especializadas, com a presença de profissionais da saúde.

“Verificamos que, em doses baixas, a cetamina tem efeitos significativos em pacientes com depressão, especialmente aqueles que não respondem a dois antidepressivos convencionais ou que têm tendências suicidas”, explicou Rodrigo Delfino, psiquiatra da Clínica Beneva, em São Paulo, uma das primeiras a oferecer o tratamento no país.

Djidja Cardoso, de 32 anos, foi encontrada morta em sua residência na terça-feira (28/5) em Manaus. Ela era uma figura conhecida no Amazonas, tendo representado a personagem sinhazinha do Garantido no Festival Folclórico de Parintins. Recentemente, Djidja gerenciava uma rede de salões de beleza na capital amazonense.

A Polícia Civil do Amazonas prendeu Cleusimar Cardoso Rodrigues e Ademar Farias Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja, acusados de tráfico de drogas por fornecerem e distribuírem cetamina em rituais religiosos. A acusação não inclui homicídio.