Exame de DNA liberta inocente após 12 anos preso por estupr0s

Carlos Edmilson foi libertado após 12 anos na prisão graças a um exame de DNA que comprovou sua inocência em uma série de estupr@s.

Depois de 12 anos de uma luta judicial desigual, um homem foi libertado da prisão na quinta-feira (16) no interior de São Paulo, graças a um exame de DNA que comprovou sua inocência em uma série de estupros.

Carlos Edmilson da Silva foi preso em 2012, acusado de ser um estuprador em série que aterrorizava Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. Condenado em dez casos, sua pena totalizava 137 anos de prisão. A reviravolta no caso começou em 2019, quando um dos promotores procurou a advogada Flavia Rahal, fundadora do Innocence Project Brasil, uma organização dedicada a corrigir erros judiciais que resultam na prisão de inocentes. Rahal e sua equipe questionaram os métodos de identificação usados no caso, que frequentemente se baseavam em uma única fotografia apresentada às vítimas, levando a identificações equivocadas.

Para provar a inocência de Carlos Edmilson, os advogados recorreram a uma evidência incontestável: o DNA. Os testes realizados no Instituto de Criminalística de São Paulo não só excluíram Carlos como autor dos crimes, mas também identificaram o verdadeiro culpado, José Reginaldo dos Santos Neres, que já estava preso por outros delitos.

Ana Claudia Pacheco, diretora do Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística, destacou a importância do DNA na identificação correta dos culpados e na exoneração de inocentes. Após uma longa batalha legal, o Superior Tribunal de Justiça anulou as últimas quatro condenações de Carlos Edmilson na terça-feira (14), e na quinta-feira (16), após 4.450 dias de prisão, ele finalmente foi libertado.

“Eles não acreditavam só na minha palavra. Deus sabe o que faz”, disse Carlos Edmilson ao recuperar sua liberdade.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que tomará medidas se houver irregularidades nas investigações e reiterou seu compromisso com a lei e com investigações precisas.

Até o momento, a defesa de José Reginaldo dos Santos Neres, identificado pelo exame de DNA como o verdadeiro estuprador, não foi contatada pelo Jornal Nacional.