Wagner Oliveira, de 42 anos, conhecido nas redes sociais como o “Don Juan” do sertanejo, foi preso na sexta-feira pela 26ª Delegacia de Polícia em uma ação nomeada Operação Eros. Wagner enfrenta acusações graves de estelionato amoroso, tendo supostamente seduzido e enganado 26 mulheres, resultando em um prejuízo coletivo estimado em quase R$ 1 milhão.
Modus Operandi: A sedução como ferramenta de golpe
O indivíduo se identificava às mulheres como um cantor sertanejo e empresário, utilizando o nome de Wagner Oliveira. Contudo, de acordo com informações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), essa identidade não corresponde à sua verdadeira identidade, a qual foi mantida em sigilo para não comprometer o andamento das investigações.
Investigações revelaram que Wagner tinha como alvo mulheres emocionalmente vulneráveis e financeiramente estáveis, com idades entre 30 e 45 anos. Sua estratégia incluía o uso de perfis falsos em redes sociais e sites de relacionamento, seguido de comunicação intensiva via WhatsApp.
No Instagram, ele operava várias contas, cada uma com uma persona distinta. Em uma, ele se autointitulava cantor; em outra, afirmava ser um empresário do setor de agronegócios e pai de duas filhas. Além disso, mantinha um canal no YouTube sob o pseudônimo Wagner Luno, onde publicou somente dois vídeos, interpretando canções de artistas renomados do cenário sertanejo.
Vítimas e prejuízos: Relatos de enganos e dívidas
Entre os casos relatados, uma vítima fez um empréstimo bancário de R$ 9.280, acreditando na promessa de Wagner de reembolso. Outra reportou um empréstimo não autorizado de R$ 12 mil em seu nome, além de financiar um veículo Fiat Siena, com parcelas de R$ 816, sem nunca ver o dinheiro de volta.
Outro golpe envolveu um empréstimo de R$ 21,5 mil, que não foi devolvido. Uma vítima adicional teve prejuízos de mais de R$ 130 mil, incluindo um financiamento de um Fiat Cronos e sacos de dinheiro em seu cartão de crédito, totalizando R$ 7 mil.
A falsa promessa de casamento
Wagner usava a promessa de casamento e uma vida a dois para aprofundar a confiança de suas vítimas. Muitas, envolvidas emocionalmente, se viam persuadidas a emprestar dinheiro, realizar financiamentos e adquirir bens em nome do golpista.
Mudança de comportamento e fuga
Quando as vítimas exigiam a quitação das dívidas, Wagner Oliveira mudava drasticamente, passando de gentil e romântico para agressivo e intimidador. Em um ato final, ele bloqueava suas vítimas em todas as redes sociais.
Wagner Oliveira está sendo investigado por uma série de crimes, incluindo estelionato em continuidade delitiva, apropriação indébita, coação durante o processo legal e furto. Caso seja condenado, a pena pode chegar a até 18 anos de reclusão.