‘Feirão do tráfico’: Traficantes montam esquema de comércio ilegal de drogas próximo a Esplanada dos Ministérios

Operação da Polícia Civil revela sofisticação de redes criminosas

Em uma ação determinada e meticulosa, a Polícia Civil do Distrito Federal desencadeou uma operação abrangente nesta quarta-feira (30) visando a dissolução de grupos criminosos posicionados estrategicamente no centro de Brasília. Seu principal objetivo? O comércio de drogas como cocaína, crack e maconha, surpreendentemente localizados a meros 1 km da Esplanada dos Ministérios.

De acordo com fontes oficiais, as investigações tiveram início em setembro de 2021. Foi nesse período que os investigadores identificaram duas facções que operavam em colaboração em locais como a Rodoviária do Plano Piloto e um shopping na região. Um dos grupos, sob a liderança de um homem de 30 anos, se autodenominava “Família 33”, fazendo alusão ao artigo da Lei Antidrogas que define o tráfico de drogas. Por outro lado, o segundo grupo, sob o comando de um homem de 38 anos, focava no comércio de cocaína e maconha na área circundante.

Dando continuidade à trama intrincada de distribuição, as informações apontam que os envolvidos no transporte de drogas coletavam os produtos em pontos específicos, aproveitando o horário de mudança de turno das forças de segurança. Posteriormente, essas substâncias eram transferidas aos encarregados de protegê-las, utilizando diversos esconderijos ao redor da cidade.

O sistema era bem orquestrado: outros membros da rede distribuíam as drogas em pequenos lotes para revendedores locais. Estes, por sua vez, atendiam uma variedade de clientes, incluindo dependentes químicos, adolescentes e pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas. As transações financeiras fluíam por meio de outros participantes da rede criminosa.

Uma particularidade intrigante desse esquema é a maneira como os valores e produtos obtidos com a venda de drogas eram salvaguardados. Muitos dos encarregados dessa etapa do processo atuavam em funções aparentemente inocentes, como vendedores ambulantes, manobristas, vigias e motoristas de táxi. A estratégia quase perfeita permitia que, na maioria das vezes, apenas indivíduos suspeitos de vender drogas fossem detidos. E, devido à escassa quantidade de drogas em sua posse, eram geralmente acusados apenas de porte.