Fiscalização encontra mais de 200 trabalhadores em condições precárias em plantações de cana-de-açúcar

A fiscalização encontrou mais de 200 trabalhadores em condições precárias em plantações de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto e Franca, no interior de São Paulo. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as ações ocorreram entre os dias 6 e 10 de março em propriedades que fornecem parte da demanda das usinas sucroalcooleiras da região.

Os trabalhadores foram encontrados sem registro em carteira, sem equipamentos de proteção individual e ferramentas, além de trabalharem sem instalação sanitária, abrigo ou local para refeição. Também foi constatado o transporte inadequado de funcionários, com o uso de caminhões pesados ​​deslocando-se pelas áreas de plantio e levando o trabalhador em cima da carga de cana-de-açúcar.

Devido ao risco de acidentes graves, o MTE interditou canaviais em Ituverava, São Joaquim da Barra, Morro Agudo e Jeriquara. O coordenador da fiscalização e auditor do trabalho, Fernando da Silva, observou que a situação encontrada é um retrocesso de mais de 20 anos neste setor.

No ano passado, o MTE organizou eventos de conscientização para sensibilizar os produtores rurais da região sobre a necessidade de contratação de mão de obra com carteira assinada e orientá-los sobre segurança e saúde no trabalho. No entanto, o auditor do trabalho Antonio Carlos Avancini afirmou que a situação vem piorando nos últimos anos e que é necessário chamar a atenção de toda a cadeia produtiva para atuar de maneira coordenada e dentro da legalidade.

Recentemente, o Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 32 trabalhadores em condições análogas à de escravo em uma fazenda de cana-de-açúcar em Pirangi, interior de São Paulo. Os trabalhadores foram levados do interior de Minas Gerais para alojamentos em Palmares Paulista (SP) e tiveram de arcar com o custo do transporte, além de não receberem alimentação adequada nem os acordados acordados.

É importante ressaltar a necessidade de combater o trabalho precário e em condições desumanas. A sociedade deve pressionar as autoridades para que haja punições e medidas efetivas para garantir o cumprimento das leis trabalhistas e conquistadas dos trabalhadores.