Na noite de sexta-feira, 16, após escaparem da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, dois detentos adentraram uma residência fazendo os moradores reféns. Durante o ocorrido, solicitaram alimentação e subtraíram um aparelho celular. O episódio durou aproximadamente quatro horas, segundo relatado pela família afetada, que descreveu os fugitivos como aparentemente desorientados e com vestígios de sujeira, um deles ainda trajando parte do uniforme do presídio. A residência está localizada dentro do limite de 15 km da prisão, área que estava sob a suspeita de abrigar os fugitivos conforme indicado pelo Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
No mesmo dia da invasão, equipes de busca encontraram vestígios que acreditam pertencer aos detentos, além de itens pessoais em meio à vegetação na zona rural de Mossoró. Entre os itens encontrados, estavam peças de roupas, uma toalha e um lençol, identificados como provenientes de outro furto ocorrido em uma casa a 7 km da penitenciária, na noite da fuga.
Este incidente é marcado como a primeira fuga do sistema penitenciário federal brasileiro, que engloba cinco estabelecimentos de segurança máxima. Posteriormente, Lewandowski anunciou medidas de reforço na segurança das instituições, incluindo a suspensão temporária do banho de sol e das visitas, a implantação de reconhecimento facial e a construção de novas muralhas.
Os foragidos, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, têm origens no Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Ambos possuem histórico de envolvimento em ações criminosas significativas, inclusive um violento episódio de rebelião ocorrido no Acre no ano anterior. Além disso, têm associação com organizações criminosas e cumpriam pena por múltiplos crimes, incluindo assaltos e homicídios. A unidade prisional de Mossoró, inaugurada em 2009, é parte do conjunto de presídios federais destinados a abrigar indivíduos de alta periculosidade e nunca antes havia registrado uma fuga.