Na noite da última terça-feira (23/7), um jovem brasileiro que trabalhava como garçom em Portugal foi assassinado depois de defender mulheres que estavam sendo importunadas em um restaurante no litoral da região metropolitana de Lisboa. O crime foi confirmado pela irmã da vítima, Kesilley Cristina, que também trabalha no estabelecimento localizado na praia de Carcavelos.
Kesilley explicou que havia deixado o restaurante antes do episódio. Seu irmão, Kildery Eduardo Ferreira da Silva, de 21 anos, foi esfaqueado após pedir que um grupo de rapazes parasse de assediar duas clientes. “Ele chamou a atenção deles e pediu para que parassem. Eles pararam, e Kildery me ligou pedindo para chamar um Uber. Enquanto esperava no estacionamento, os rapazes voltaram a incomodar as meninas, e ele interveio novamente. Eles perguntaram se ele queria ser agredido também e, então, o esfaquearam”, relatou Kesilley.
Kildery foi socorrido por uma equipe de bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Ele trabalhava no restaurante há quatro meses. Nem Kesilley nem seu irmão conheciam os agressores. Um dos suspeitos se entregou à polícia na madrugada seguinte e foi preso. Ele é acusado de desferir a facada fatal. Os detalhes do depoimento não foram divulgados.
“Eles foram muito covardes. Além de assediar mulheres, tiraram a vida de um trabalhador que só estava defendendo elas”, lamentou Kesilley.
Segundo a imprensa local, o suspeito preso foi encaminhado para a Secção de Homicídios da Polícia Judiciária de Lisboa e Vale do Tejo e será interrogado nesta quinta-feira (25) pela justiça do Tribunal de Cascais.
Origem e traslado do corpo
Os irmãos são da zona rural de Ataleia, no nordeste de Minas Gerais, conhecida como Vale do Mucuri. Eles se mudaram para Portugal há dois anos com o objetivo de realizar sonhos e melhorar de vida. “Ele só falava em trazer a mãe dele e tirar a habilitação”, disse Kesilley.
O corpo de Kildery deve ser liberado para ser enviado ao Brasil em cerca de 10 dias. Os custos com o traslado foram pagos pelo dono do restaurante em solidariedade à família. Kesilley também pretende acompanhar o corpo do irmão e está arrecadando dinheiro para custear a passagem e complementar as despesas com o transporte. “O que sobrar, vamos usar para fazer o traslado até Belo Horizonte. Como moramos no interior, que é umas 10 horas de viagem, tem esse gasto também”, explicou.