Giovanna Bezerra da Silva, vítima de ataque a escola em São Paulo, será enterrada hoje

Sepultamento ocorre na tarde de hoje, enquanto questões sobre bullying e segurança em escolas são reacendidas.

O corpo da estudante Giovanna Bezerra da Silva, 17 anos, será sepultado hoje em Santo André, após ter sido vítima de um ataque à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. O atirador, um colega de 16 anos, foi apreendido e alega ter agido em retaliação ao bullying que sofria por ser homossexual.

Um sonho interrompido

Giovanna, a caçula de um casal de irmãos, tinha grandes aspirações. Há um mês, ela havia conquistado seu primeiro emprego como auxiliar de escritório e acabara de receber seu primeiro salário. “É um sonho que se interrompe”, disse Reinaldo Lopes, vizinho da família. Ela sonhava em ser advogada, gostava de jogar vôlei e tinha um caráter “adorável”, segundo os que a conheciam.

A tragédia

O tiroteio ocorreu na manhã de ontem (23/10). Segundo Lopes, ele ficou sabendo do incidente quando uma das amigas de Giovanna voltou correndo para contar que algo terrível havia acontecido na escola. Os tios da jovem foram ao local e, posteriormente, ao Hospital Geral de Sapopemba, onde a fatalidade foi confirmada.

Ambiente escolar problemático

Lopes destacou que a Escola Estadual Sapopemba já tem uma reputação negativa. “É uma bagunça”, afirmou, citando frequentes casos de briga entre alunos e uma “direção muito omissa”.

O atirador

O atirador, um estudante do 1º ano do Ensino Médio, foi apreendido logo após o crime. Ele alegou que os alvos eram “dois meninos que faziam bullying contra ele”. No entanto, vídeos mostram o adolescente atirando em Giovanna, contradizendo a versão de que ela não era o alvo.

Questões sem respostas

A defesa do atirador afirma que ele sofria “grave bullying” e que o sistema foi “omisso” por não ajudá-lo. No entanto, tanto o vídeo quanto o relato de outras vítimas colocam em dúvida essa versão dos fatos.