Grupo criminoso suspeito de desviar verbas públicas em Sergipe e Alagoas é desarticulado pela PF

Ações coordenadas resultam em mandados e sequestro de bens em esquema de corrupção.

Na manhã desta quarta-feira (08), uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) foi deflagrada visando desmantelar uma organização criminosa especializada no desvio de verbas públicas e na prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, além de agiotagem. A operação está sendo executada em 13 municípios espalhados pelos estados de Sergipe, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Sul.

Os municípios alvo da ação são: Aracaju (SE), Barra dos Coqueiros (SE), Lagarto (SE), São Domingos (SE), Itabaiana (SE), Maceió (AL), Piaçabuçu (AL), Marechal Deodoro (AL), Campo Alegre (AL), Arapiraca (AL), Dias D’Ávila (BA), Alagoinhas (BA), e Santo Ângelo (RS). A mobilização envolveu o trabalho de 130 policiais federais e quatro auditores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprindo 33 mandados de busca e apreensão, três mandados de suspensão da função pública, além do sequestro de bens e valores determinados pela Justiça Federal dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia e pela Justiça Estadual de Sergipe.

Origens da investigação

As operações em curso são expansões da “Operação Palude”, iniciada em 2020, que tinha como foco a investigação de suspeitas de desvios de fundos públicos designados para o combate à COVID-19 em Pacatuba-SE. Os trabalhos de investigação da PF, corroborados pelos dados da CGU, confirmaram irregularidades na execução de contratos e na aplicação de verbas públicas, ascendendo a R$ 1.071.221,90.

Desdobramentos e acusações

Os investigados, que operavam há mais de uma década, estabeleceram relações ilícitas com agentes públicos para facilitar o desvio de recursos. A PF detalhou cinco operações que visam aprofundar a investigação sobre as diferentes facetas das atividades ilícitas do grupo:

  • Operação Palude (3ª fase): Focada no rastreamento e sequestro de bens para garantir o ressarcimento dos danos causados pelos contratos fraudulentos, que somam cerca de R$ 45 milhões.
  • Operação Poço 17: Investigação de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos em São Domingos/SE, relacionados a contratos de fornecimento de veículos.
  • Operação Palmeiras: Direcionada para contratos de serviços no município de Piaçabuçu/AL, com valores em torno de R$ 5 milhões.
  • Operação Imperdiet: Voltada para apurar crimes contra o sistema financeiro, com empréstimos fraudulentos superiores a R$ 1 milhão.
  • Operação Detour: Focada em investigar práticas de agiotagem ligadas ao financiamento da organização criminosa.

Os envolvidos nas operações estão sendo investigados por uma série de crimes, incluindo corrupção passiva e ativa, peculato, dispensa indevida e fraude em licitações, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de crimes contra o sistema financeiro nacional.

Segundo informações do Portal ChicoSabeTudo, os mandados judiciais expedidos têm como fundamento as provas coligidas durante as fases investigativas e visam desarticular definitivamente as ações criminosas deste grupo.