Dois guardas municipais foram presos na quinta-feira (11) em São Gonçalo dos Campos, a aproximadamente 130 km de Salvador, Bahia, por envolvimento em casos de tortura. Entre eles, um é acusado de agredir um adolescente de 17 anos durante uma festa promovida pela prefeitura no dia 1º de julho.
O jovem precisou passar por uma cirurgia, ficou internado por cinco dias e teve a fala e o movimento da mão direita comprometidos. Para recuperar-se totalmente, ele necessitará de sessões de fonoaudiologia e fisioterapia. O segundo guarda preso era o comandante da Guarda Municipal na época. Ele e outros dois colegas são suspeitos de submeter um homem a intenso sofrimento físico e mental, como forma de castigo. Os guardas também teriam acessado o celular da testemunha do crime para destruir dados sem autorização.
Diante das evidências, a Justiça decretou a prisão preventiva do comandante e do guarda acusado de agredir o adolescente. Atendendo a um pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), o Poder Judiciário também determinou a suspensão do exercício da função pública e do porte de arma para eles e para os outros dois guardas envolvidos.
Relembre o caso
O adolescente agredido em São Gonçalo dos Campos recebeu alta no último domingo (7). Ele estava internado desde o dia 2 de julho no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde passou por cirurgia e ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Renilson Domingos, tio do jovem, relatou: “Faltou pouco para o meu sobrinho estar enterrado. Mas Deus é bom e ele se recuperou bem”.
Apesar da recuperação, o adolescente teve a fala e o movimento da mão direita afetados, e precisará de sessões de fonoaudiologia e fisioterapia. A família informou que as agressões ocorreram quando o jovem tentou se afastar de uma briga na festa. Ele alegou não estar envolvido na confusão.
O crime aconteceu durante os festejos de São Pedro no município. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver o momento em que o adolescente foi agredido com golpes de cassetete e caiu desmaiado. Após a repercussão do vídeo, o comandante da guarda municipal foi exonerado do cargo.
A TV Subaé, afiliada da TV Bahia, apurou que seis processos administrativos disciplinares foram instaurados pelo município para investigar o episódio. Sete guardas municipais foram identificados e serão investigados, com três agentes já afastados. A Polícia Civil foi informada do caso pela imprensa e a Delegacia Territorial de São Gonçalo dos Campos registrou o Boletim de Ocorrência, iniciando a investigação.
A polícia solicitou à prefeitura as escalas de serviço da Guarda Civil Municipal no dia da abordagem e as identidades funcionais dos guardas envolvidos. A prefeitura afirmou, em nota, que a Corregedoria da Guarda Civil Municipal está conduzindo uma investigação para aplicar as sanções disciplinares necessárias.
O prefeito Tarcísio Pereira (Solidariedade) anunciou em um vídeo que todas as trocas de serviço e horas extras dos agentes estão suspensas até a conclusão das investigações e identificação dos envolvidos.