Em audiência de instrução realizada nessa terça-feira (3/10), Gedeon da Conceição, 37 anos, acusado pelo feminicídio de Deylilane Alves Santos Conceição, 34, passou por interrogatório. Optando pelo direito ao silêncio, a defesa argumentou que Gedeon é acometido por “moléstia mental” e não deve ser responsabilizado por seus atos.
O processo foi suspenso e agora aguarda a elaboração de um laudo pericial que avaliará a alegação de insanidade mental feita pela defesa. Caso o laudo confirme a argumentação, Gedeon poderá ser absolvido, mas será internado em um hospital psiquiátrico ou submetido a outra medida de segurança.
Gedeon enfrenta acusações por homicídio quadruplamente qualificado, caracterizado por motivo torpe, uso de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Além disso, o réu também descumpriu uma medida protetiva de urgência, o que pode agravar sua pena se for condenado. Atualmente, ele responde ao processo sob custódia.
Relembre o caso:
Na manhã do dia 3 de agosto, Deylilane Alves Santos Conceição, uma auxiliar de cozinha de 34 anos, foi assassinada de forma brutal com uma chave de fenda em São Sebastião. O crime ocorreu próximo à entrada da escola de seu filho, e foi cometido pelo seu ex-companheiro, Gedeon da Conceição, de 37 anos.
Testemunhas que presenciaram o feminicídio contaram que Deylilane tentou fugir dos golpes, mas foi “golpeada por todos os lados” pela chave de fenda. O crime foi iniciado após uma discussão “ríspida” entre o casal. Gedeon retirou a ferramenta de uma pochete e começou a atacar a vítima.
Segundo relatos, Deylilane tentou correr, mas foi puxada pela jaqueta e arremessada ao chão, de costas. Foi neste momento que ela recebeu o primeiro golpe, seguido de vários outros. Testemunhas no local conseguiram deter Gedeon até a chegada da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Deylilane conseguiu correr para dentro da escola, de onde foi levada para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), mas infelizmente não resistiu aos ferimentos.
Gedeon foi preso em flagrante e encaminhado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), onde foi autuado por feminicídio. Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele admitiu que já havia tentado assassinar Deylilane no dia anterior ao crime. O agressor relatou ter “afiado” a chave de fenda usada no feminicídio enquanto esperava a ex-companheira sair de uma academia, mas não a encontrou.
Gedeon já tinha um mandado de prisão em aberto por descumprimento de medidas protetivas e foi preso outras três vezes pelo mesmo motivo. Além disso, acumulava antecedentes criminais por injúria, lesão corporal, ameaça e descumprimento à Lei Maria da Penha.
O casal, que se relacionou por 15 anos e tinha um filho, estava separado desde 2021. Mesmo assim, Gedeon não aceitava o fim do relacionamento e ameaçava constantemente a ex-companheira de morte.
Caso a argumentação da defesa seja refutada pelo laudo pericial, o processo seguirá os trâmites legais e o juiz determinará se Gedeon será submetido a júri popular.