Miscilene Dajuda Conceição, uma indígena, foi espancada e seu corpo foi jogado dentro de uma casa em chamas. O caso ocorreu na aldeia Corumbauzinho, no extremo sul da Bahia, no último domingo (14). A Polícia Civil deteve quatro suspeitos pelo crime, todos indígenas, que agora estão sob investigação.
A investigação policial indica que Miscilene foi assassinada após ser acusada de matar seu companheiro, Lucimar Rocha da Silva, de 40 anos. Segundo a 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Teixeira de Freitas), a briga começou no início da noite de domingo, quando Miscilene e Lucimar discutiram sobre a divisão do dinheiro obtido com a venda de artesanatos. Lucimar, embriagado, jogou notas de dinheiro no chão e ateou fogo nelas, resultando em um incêndio que consumiu a casa.
Miscilene conseguiu escapar das chamas, mas Lucimar morreu carbonizado. A notícia de sua morte chegou à aldeia Águas Belas. Com isso, seu irmão decidiu buscar vingança. Ele foi até Corumbauzinho acompanhado pelo cacique Baia, seu pai e irmão.
Segundo o delegado Moisés Damasceno, da Coorpin/Teixeira de Freitas, os familiares de Lucimar acreditavam que Miscilene tinha causado o incêndio que matou Lucimar. “Eles foram até Corumbauzinho e cometeram um crime cruel contra a esposa de Lucimar. As testemunhas, no entanto, afirmam que ela não foi responsável pelo incêndio”, disse Damasceno.
Testemunhas relataram que Miscilene implorou por sua vida antes de ser jogada na casa em chamas. Mesmo tentando escapar, ela foi repetidamente espancada e empurrada de volta para dentro do imóvel em chamas. Os moradores da aldeia foram ameaçados pelos agressores, que justificaram o crime como “coisa de família”.
Os suspeitos foram presos em flagrante: o cacique Baia, identificado como Evail da Conceição Brás, seu pai e irmão foram detidos na aldeia Águas Belas. O irmão de Lucimar foi preso no Instituto Médico Legal de Itamaraju enquanto realizava os procedimentos para a liberação do corpo de Lucimar. Durante o interrogatório, ele afirmou não se lembrar de nada do que aconteceu no domingo. Os outros envolvidos negaram qualquer participação no assassinato de Miscilene. Todos estão à disposição da Justiça e devem passar por audiência de custódia na Vara Criminal da Comarca de Itamaraju nesta terça-feira (16).