Foi concluído pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, o inquérito sobre o abuso sexual filmado em uma sala de cirurgia do Hospital da Mulher Heloneida Studart.
Constam nos autos 19 termos de declaração, relacionados aos depoimentos da vítima e do marido dela, do corpo técnico e médico do hospital e de policiais, além do próprio autor, Giovanni Quintella.
Foram anexados ainda laudos dos medicamentos usados para sedar a paciente nos momentos anteriores ao abuso. As ampolas de cetamina e propofol, porém, estavam quebradas pela própria utilização, o que pode ocasionar contaminação entre os frascos. Segundo a investigação, Giovanni fez sete aplicações de provável sedação durante toda a ação criminosa.
O vídeo onde mostra o anestesista abusando, que originalmente tem 1h36m20s, passou por uma análise videográfica, onde, o laudo indica que o anestesista leva menos de um minuto após a saída do marido da paciente da sala para dar início ao estupro. Entre o momento em que ele põe o pênis para fora até a ejaculação, transcorrem-se 9 minutos e 5 segundos.
O material guardado pela equipe de enfermagem depois do estupro também foi analisado. De acordo com os depoimentos, Giovanni limpou o rosto da paciente e o próprio pênis com uma gaze, que foi jogada no lixo e, depois, recolhida pelos funcionários. O laudo acerca do item, não encontrou vestígios de sêmen, o que, para os investigadores, explica-se pela falta da chamada “cadeia de custódia”, já que o material passou por diversos recipientes até ser entregue à polícia, não sendo possível garantir a integridade da coleta.
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi preso em flagrante — e agora está indiciado — pelo crime de estupro de vulnerável de uma parturiente atendida no dia 10 de julho.
A investigação foi encaminhada à Justiça na terça-feira (19), enquanto apurações sobre outros cinco casos envolvendo o Giovanni permanecem em andamento na especializada.
Antes mesmo da conclusão deste primeiro inquérito, o Ministério Público já havia denunciado Giovanni, que tornou-se réu em seguida.