O Exército de Israel lançou uma operação contra o hospital Al Shifa, localizado na Cidade de Gaza, sob acusações de que o local estaria sendo utilizado por terroristas de alto escalão do Hamas. A ofensiva foi precedida por comunicados emitidos pelas forças armadas israelenses, solicitando que a população civil se afastasse imediatamente da área, indicando a estrada da costa em direção ao sul até a zona humanitária de Al Mawasi para garantir sua segurança. Essa diretriz foi amplamente divulgada, inclusive por meio de panfletos lançados sobre a região.
Testemunhas relataram à imprensa que bombardeios foram ouvidos no bairro de Al Rimal, onde o hospital está situado. Relatórios indicam que mais de 45 tanques e veículos blindados israelenses adentraram o local, dando início aos combates. O governo do Hamas, que administra a Faixa de Gaza, condenou veementemente a ação, classificando-a como um crime de guerra, e acusou Israel de atacar o complexo médico com drones, armas e tiros.
O Ministério da Saúde de Gaza reportou várias chamadas de emergência de indivíduos próximos ao hospital, que alegaram ter presenciado um considerável número de vítimas. Isso ocorreu no contexto de uma confrontação mais ampla entre Israel e o Hamas, que se intensificou desde o início dos combates no dia 7 de outubro, após um ataque surpresa do Hamas que resultou em numerosas vítimas.
Em resposta, as forças israelenses têm conduzido uma série de operações em diversos hospitais no território palestino, sob alegações de que seriam usados como centros de comando pelo Hamas. A ofensiva no hospital Al Shifa, em particular, foi marcada por advertências aos soldados israelenses sobre a necessidade de agir com cautela e adotar medidas preventivas para evitar danos a pacientes, civis e profissionais da área da saúde.
Após uma significativa operação em 15 de novembro, Israel relatou a descoberta de munições, armas e equipamentos militares no hospital, além de um túnel de 55 metros, supostamente utilizado para atividades terroristas. O Hamas negou tais acusações. A situação dos hospitais na Faixa de Gaza é crítica, com menos de um terço operando, ainda que parcialmente.
Este cenário está inserido em uma escalada maior de violência na região, com foco nos combates deslocando-se para o sul de Gaza, área para onde quase 1,5 milhão de pessoas migraram em busca de segurança.