Jovem condenada por atirar na cabeça da melhor amiga é expulsa de faculdade de medicina após denúncia

Em julho de 2020, Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, morreu após ser atingida por um disparo efetuado pela melhor amiga.

Uma jovem de 18 anos, anteriormente condenada pelo homicídio de sua melhor amiga em Cuiabá, Mato Grosso, foi expulsa da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, São Paulo. A decisão da instituição de ensino superior, divulgada na última sexta-feira, foi tomada após o recebimento e avaliação de uma denúncia que apontava para um impacto negativo da presença da estudante no ambiente acadêmico. O episódio que levou à condenação da jovem ocorreu em 12 de julho de 2020, num condomínio de luxo na capital mato-grossense, onde Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, morreu após ser atingida por um disparo efetuado pela então adolescente de 15 anos, que já praticava tiro esportivo.

Inicialmente, a jovem foi condenada por homicídio doloso, indicando que houve intenção de matar. Contudo, após apelação da defesa, a justiça reclassificou o crime para homicídio culposo em 2022, definindo que não houve intenção de matar.

A Faculdade São Leopoldo Mandic, ao ser questionada, relatou que tomou conhecimento do caso da estudante recém-ingressa no curso de medicina através de uma denúncia ao seu Comitê de Compliance. A instituição constatou que a presença da aluna causava instabilidade no ambiente acadêmico, levando à decisão de seu desligamento. Este ato foi fundamentado no Regimento Interno da Faculdade e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), garantindo à aluna o direito de recorrer da decisão, em conformidade com os princípios do contraditório e da ampla defesa.

A faculdade enfatizou que a decisão se baseia também em princípios éticos e na necessidade de preservar sua reputação e imagem, considerando a estabilidade da comunidade acadêmica e o respeito aos valores éticos que regem o ensino superior.