Henrique Marques de Jesus, um adolescente de 16 anos, foi assassinado em Jericoacoara, Ceará, na noite de 16 para 17 de dezembro de 2024, durante uma viagem de férias com o pai. Passado um mês do crime, a Polícia Civil revelou que a motivação inicial, atribuída a gestos feitos em redes sociais, foi descartada. A investigação aponta que a camisa que o jovem usava, com um símbolo relacionado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), teria sido o estopim para o ataque.
De acordo com o delegado Júlio Morais, os traficantes acreditaram que Henrique era membro do PCC por causa do desenho na blusa, descrito como uma meia lua. O jovem foi abordado ao tentar comprar drogas e, após os criminosos acessarem seu celular, reforçaram a suspeita devido a imagens de armas e conversas em grupos de WhatsApp, de acordo com informações dos apreendidos. Henrique foi torturado, teve a orelha decepada e o corpo foi abandonado próximo à Lagoa Negra. A blusa e o celular nunca foram encontrados.
“O Henrique não faleceu em virtude de ter feito um símbolo numa postagem no Instagram. Ele faleceu porque chamou a atenção dos criminosos por estar vestindo uma blusa, que teria um símbolo ou desenho relacionado a um grupo criminoso rival. A partir disso, os criminosos, supostamente, o julgaram integrante do tal grupo e mexeram no celular dele para buscar mais informações”, disse Júlio. Sete suspeitos foram identificados, sendo três menores; dois já apreendidos e um aguardando decisão judicial.
O pai de Henrique, Danilo Martins, afirmou não ter sido atualizado sobre o andamento da investigação e declarou que o filho não tinha ligação com o crime organizado. Ele criticou o que chamou de tentativa de inverter os papéis para justificar o assassinato. A polícia segue em busca dos demais envolvidos, sendo três maiores de idade.