Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro, após relatar a uma amiga que estava sendo perseguida por dois homens enquanto voltava para casa. Pouco depois, enviou outra mensagem informando que um carro com quatro ocupantes também a seguia. Uma semana depois, na quarta-feira, 5, seu corpo foi encontrado degolado em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo.
A família reconheceu a jovem pelas tatuagens, pois o corpo estava em avançado estado de decomposição. Segundo a Polícia Civil, a vítima pode ter sido torturada antes de ser morta, uma vez que sua cabeça foi raspada. As investigações apontam que o crime pode estar relacionado a facções criminosas, devido à brutalidade do assassinato.
A Justiça decretou a prisão temporária de um ex-namorado de Vitória, já ouvido pela polícia, e apreendeu seu celular. O delegado Aldo Galiano Junior afirmou que a falta de vestígios no local indica que o homicídio ocorreu em outro ponto, sendo a mata apenas o local de desova. Dois veículos suspeitos foram apreendidos.
“As raspagens do cabelo e a crueldade do ato são um sinal de facção criminosa. Porque se fosse um crime simplesmente passional, a pessoa dá cinco facadas, três tiros e se evade do local. Mas os requintes de crueldade são muito grandes. Inclusive a quase decapitação”, detalhou o delegado.
A investigação também apura possível relação do crime com a prisão de “cabeção”, um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), preso há quatro meses. De acordo com o delegado, os suspeitos vistos perseguindo a jovem entraram na comunidade onde ocorreu essa prisão, e os dados estão sendo cruzados para esclarecer a motivação do assassinato.
“O corpo dela estaria de quatro a cinco dias naquele local, pelo estado de putrefação. Preliminarmente, há um lapso de dois dias que ela teria ficado em outro lugar. Não havia o cabelo que foi raspado no local onde foi encontrado o corpo. Não havia as roupas, ela só estava com o sutiã na altura do pescoço. Não havia quantidade de sangue compatível com os ferimentos do local. Então, o fato deve ter acontecido fora do local, e lá foi a desova”, disse Galiano Junior.
A Delegacia de Cajamar conduz a investigação e aguarda os laudos da perícia para avançar na apuração do crime.