Em um conflito recente ocorrido em Potiraguá, no extremo sul da Bahia, três indígenas da etnia Pataxó-hã-hã-hãe foram baleados durante um confronto com fazendeiros. O incidente ocorreu na tarde de domingo, 21 de janeiro, na área do território Caramuru.
De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entre os atingidos estava o cacique Nailton e sua irmã, Nega Pataxó, que foi assassinada. Além dos baleados, outras duas pessoas sofreram agressões, incluindo uma mulher que teve seu braço quebrado.
Relatos dos indígenas apontam que a área foi invadida por várias caminhonetes, e há alegações de que policiais militares da Bahia também efetuaram disparos contra os indígenas. Os fazendeiros estavam no local para tentar uma reintegração de posse da fazenda.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) refutou a ocorrência de um confronto entre a Polícia Militar e os indígenas. Por outro lado, a SSP-BA reconheceu o embate entre indígenas e fazendeiros.
A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) confirmou que dois indígenas e um fazendeiro foram feridos, sendo todos encaminhados para o Hospital de Potiraguá. O cacique Nailton e o fazendeiro permanecem hospitalizados.
Durante a operação, a PM-BA apreendeu armas e munições com membros do grupo Invasão Zero, que se opõe à retomada dos territórios indígenas. A polícia também encontrou uma flecha e uma foice no local do confronto. Os fazendeiros detidos foram autuados por homicídio e tentativa de homicídio.
Como resposta ao incidente, a SSP reforçou o patrulhamento na região, e o caso continua sendo investigado pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul).
O portal Metrópoles solicitou mais informações à Apib sobre a identidade da terceira liderança indígena afetada no ataque, mas até o momento desta publicação, não obteve resposta.