Loja da Zara no CE criou código para “alertar” entrada de negros, diz polícia

Investigações da Polícia Civil do Ceará revelaram que a rede de lojas de departamento Zara montou um sistema que utilizava câmeras e códigos para descriminar clientes negros em uma unidade localizada em um shopping de Fortaleza.

De acordo com o delegado geral da PCCE, Sérgio Pereira, testemunhas relataram que o código “Zara zerou” era disparado no alto-falante da loja quando entrava um cliente fora do padrão desejado pela loja. Eram alvos do alerta pessoas negras e julgadas como “mal vestidas”.

A ocorrência de tal prática com uma delegada da polícia cearense, Ana Paula Barrroso, foi o estopim para que outros casos fossem descobertos. Ela, uma mulher negra, foi barrada por funcionários quando tentava acessar o interior da loja. 

Em nota, a Zara Brasil respondeu que “não teve acesso ao relatório da autoridade policial até sua divulgação nos meios de comunicação, quer manifestar que colaborará com as autoridades para esclarecer que a atuação da loja durante a pandemia Covid-19 se fundamenta na aplicação dos protocolos de proteção à saúde, já que o decreto governamental em vigor estabelece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos. Qualquer outra interpretação não somente se afasta da realidade como também não reflete a política da empresa”.