Loja de shopping em Salvador é recomendada a adotar medidas antirracistas após abordagem vexatória

O Ministério Público da Bahia recomendou à loja Kalunga, localizada no Shopping da Bahia em Salvador, que adote medidas de prevenção ao racismo após um caso de discriminação no local. A decisão foi tomada após a loja abordar uma cliente negra sem nenhum motivo aparente, expondo-a a uma situação constrangedora e vexatória.

Segundo informações do Ministério Público, a loja deve adotar ações que garantam a eficácia dos estatutos Nacional e Estadual da Igualdade Racial. A promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz orientou a Kalunga a elaborar um cronograma de programa de prevenção da discriminação racial para ser implementado em 2023.

Esse programa deve incluir a formação antirracista de todos os funcionários da loja, produção e veiculação de publicidade que valorize a diversidade étnico-racial da população brasileira, produção e veiculação de cartilha educativa/informativa sobre enfrentamento ao racismo, além da distribuição interna e veiculação nas redes sociais da loja.

Além disso, a loja precisa apresentar ao Ministério Público um censo étnico-racial de seus colaboradores, gestores e dirigentes em até 90 dias. Em até 120 dias, também deve apresentar um plano de diversidade e inclusão étnico-racial que envolva impactos em sua composição e em suas práticas institucionais.

O caso gerou reações de repúdio nas redes sociais e mobilizou diversos movimentos e organizações que lutam contra a discriminação racial. O Ministério Público da Bahia afirmou que irá acompanhar o cumprimento das medidas recomendadas e que tomará outras medidas, caso necessário.