A mãe da menina Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, admitiu ter dado à filha um sedativo sem prescrição médica pouco antes da criança ser encontrada morta dentro de um contêiner de lixo em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre (RS). A polícia investiga a ingestão de 1 grama de clonazepam, um medicamento utilizado para tratar ansiedade e síndrome do pânico, além de risperidona, que possui prescrição médica. No entanto, a causa exata da morte ainda está sendo apurada.
Em seu depoimento, Carla Carolina Abreu Souza relatou que também ingeriu clonazepam naquela noite. Segundo ela, após tomar o remédio, ela e a filha foram dormir. Ao acordar por volta das 7h da manhã, Carla percebeu que a menina não estava em casa, mas, em vez de procurar a filha, tomou mais do medicamento e voltou a dormir.
O clonazepam pertence à classe dos benzodiazepínicos, medicamentos que atuam no sistema nervoso central, sendo utilizados para tratar, entre outras condições, ansiedade, síndrome do pânico e epilepsia. Em doses elevadas, o remédio pode causar sedação extrema, levando a coma ou até à morte. Devido aos riscos, seu uso é controlado e exige receita médica.
Carla está presa temporariamente desde o sábado, sob suspeita de estar envolvida nas circunstâncias que resultaram na morte de Kerollyn. A investigação policial revelou que a menina enfrentava uma situação de negligência em casa. Ela sofria diferentes tipos de violência, não tinha roupas adequadas para o frio, vivia em condições de higiene precárias e frequentemente pedia comida aos vizinhos ou buscava alimentos no lixo, no mesmo contêiner onde foi encontrada. Além disso, há indícios de que a mãe administrava medicamentos de maneira incorreta à filha, justificando que a menina “surtava”.
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