Francisca Maria da Silva, de 32 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (7) no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, litoral do Piauí. Ela estava internada desde o dia 1º de janeiro, após consumir baião de dois preparado pela própria família, que estava contaminado com uma substância tóxica conhecida como terbufós, utilizada em chumbinho.
Francisca já havia perdido dois de seus filhos, de 1 ano e 8 meses e de 3 anos, além de seu irmão de 18 anos, que também ingeriram o alimento contaminado. Sua filha de 4 anos permanece internada em estado grave no Hospital de Urgência de Teresina. Outras quatro pessoas da família que consumiram o mesmo alimento foram hospitalizadas, mas já receberam alta.
A refeição foi preparada para a ceia de réveillon no dia 31 de dezembro de 2024. Contudo, segundo a Polícia Civil, o veneno foi adicionado ao prato apenas no dia 1º de janeiro, quando a família voltou a consumir o baião de dois junto com um peixe doado por vizinhos. A perícia afastou a hipótese de contaminação pelo peixe.
Veja quem consumiu o alimento contaminado:
- Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado de Francisco de Assis): faleceu.
- Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria): faleceu.
- Lauane da Silva, 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi): faleceu.
- Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel): faleceu.
- Menina de 4 anos, (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi): segue internada em estado grave em Teresina.
- Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca): recebeu alta.
- Adolescente de 17 anos, (irmã de Manoel): recebeu alta.
- Maria Jocilene da Silva, 32 anos (vizinha da família): recebeu alta.
- Menino de 11 anos, (filho de Maria Jocilene): recebeu alta.
Além do caso atual, Francisca já havia perdido outros dois filhos, de 7 e 8 anos, em agosto de 2024, também por envenenamento, após consumirem cajus contaminados. A investigação concluiu que os dois casos não estão relacionados, e uma vizinha foi presa pelo envenenamento dos cajus.
O terbufós, substância usada no crime, é um pesticida altamente tóxico, proibido no Brasil. Ele atua no sistema nervoso, causando convulsões, dificuldades respiratórias e pode levar à morte. O Instituto de Medicina Legal constatou que o veneno estava presente em grande quantidade no arroz.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil como homicídio. “É impossível que o veneno tenha ido parar no arroz sem intenção de alguém”, afirmou o delegado Abimael Silva.