Após mais de sete horas de um resgate, às 14h38min, bombeiros retiraram o maquinista de um dos dois trens que bateram às 6h55 desta quarta-feira (27), em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Ele foi retirado em uma maca, aparentemente desacordado e imobilizado. O estado de saúde dele ainda não foi divulgado.
Um cobertor térmico foi colocado sobre o condutor, que foi levado para uma ambulância e será transferido para um hospital.
Preso entre as ferragens, segundo os bombeiros, ele foi mantido vivo por horas respirando com auxílio de um balão de oxigênio e com transfusão de sangue e aplicação de soro.
Durante o tempo que ficou preso, o maquinista ficou lúcido e conversou com bombeiros. Ao menos 12 agentes trabalharam na operação. Dois deles usaram maçaricos para tentar liberar espaço retirando peças das ferragens. Os outros, com mangueiras, resfriavam o trem e evitaram um possível incêndio.
Além do maquinista, outras oito pessoas ficaram feridas no acidente. Sete deles foram levados para o Hospital Souza Aguiar e já receberam alta, e um foi para o Salgado Filho, no Méier, onde segue internado, com quadro estável.
Uma das vítima é o encanador Sandro Ricardo Moreira, morador de Duque de Caxias, que estava indo para Cascadura e teve uma luxação no joelho esquerdo durante a colisão do trem. Sandro contou que a composição ficou parada por dez minutos antes do impacto.
“Eu rolei no chão, bati e machuquei”, disse o encanador, que todos os dias faz a baldeação na estação de São Cristóvão.
O acidente
A colisão aconteceu entre um trem do ramal de Deodoro, que vinha da Central, e uma composição ainda não identificada que também saiu da Central. Um dos trens estava parado quando o outro bateu. O choque foi tão violento que a locomotiva de um dos trens se soltou do chassi e ficou esmagada.
O choque foi tão violento que a locomotiva de um dos trens se soltou do chassi e ficou esmagada. Bombeiros tentavam desde as 7h15 abrir caminho entre esses destroços para soltar o condutor.
Bombeiros dos quartéis do Centro, Praça da Bandeira e Vila Isabel trabalham no resgate com o auxílio de alicates hidráulicos e desencarceradores, utilizados para cortar peças de aço.
Quase três horas depois do acidente, bombeiros ainda tentavam retirar o maquinista das ferragens, por volta das 10h. O calor no local é grande e bombeiros que não atuam diretamente nas ferragens distribuíam água para os companheiros.
Uma equipe começou às 10h a serrar a lataria pelo teto de um vagão para chegar até a vítima. Eles já retiraram parte do entulho, mas precisam entrar cada vez mais entre as ferragens para tentar resgatar o maquinista.