São Paulo — O marido da influenciadora Natalia Becker, que é sócio na clínica de estética dela, está sendo investigado pela morte de Henrique Chagas da Silva, 27, ocorrida durante um procedimento de peeling de fenol na última segunda-feira (3/6). A investigação, conduzida pelo 27º Distrito Policial de São Paulo, aponta que a clínica realizava regularmente esses tratamentos, apesar de não ter a infraestrutura adequada. Além disso, Natalia não possui formação médica.
Jorge Macedo da Cunha foi ouvido pela polícia no dia do incidente e declarou estar à disposição das autoridades. Ele alegou que sua esposa havia “passado mal” e ido para um hospital da região, mas até agora ela não foi encontrada, levantando suspeitas de que estaria tentando evitar a prisão em flagrante.
A delegada Samia Olivier Martins de Oliveira, responsável pelo caso, afirmou que Jorge estava ciente das atividades frequentes da clínica.
“Ele sabia dos procedimentos realizados na clínica e, portanto, também será responsabilizado”, disse a delegada. “Ele afirmou que não participava diretamente dos procedimentos, que Natalia liderava todas as atividades com a ajuda de suas auxiliares, sendo ele apenas um sócio”, completou.
Jorge Macedo, em seu depoimento, afirmou que o peeling de fenol era um procedimento simples, uma afirmação que contrasta com as diretrizes do Conselho Regional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Ele disse que era um procedimento simples e sem necessidade de grande preparação. Isso vai contra o que sabemos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que classifica o peeling de fenol como invasivo e exige a presença de um médico”, explicou a delegada.
Após a morte de Henrique, Jorge informou aos policiais que Natalia havia “passado mal” e ido ao Hospital Alvorada. No entanto, não houve registros dela nesse hospital ou em outros da região.
A suspeita, segundo o delegado Luis Ferreira, é que Natalia fugiu para evitar a prisão em flagrante.
“O marido indicou o hospital onde ela teria sido socorrida, mas não encontramos nenhum registro de atendimento dela lá”, disse o delegado. “Estamos procurando por ela desde ontem. A informação de que ela passou mal e foi para hospitais parece ser falsa, pois não a localizamos nos locais indicados. Acreditamos que ela fugiu para evitar uma prisão em flagrante, deixando o local após a morte de Henrique”, concluiu.