Paulo Augusto Berchielli, 63 anos, médico proctologista com clínica no Tatuapé, zona leste de São Paulo, é acusado de estuprar pelo menos quatro pacientes. Duas das vítimas relatam abusos após cirurgias de hemorroida. O profissional de saúde está foragido desde que a Justiça decretou sua prisão por tempo indeterminado. O caso é investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Detalhes da acusação
Uma das vítimas, uma enfermeira de 47 anos, relata que foi abusada pelo médico após se submeter a uma cirurgia de hemorroida em agosto do ano passado. Ela conta que estava sob o efeito de anestesia e só recorda flashes do ocorrido.
“Eu estava ainda grogue, por causa da anestesia. Mas lembro, em flashs, dele me colocando de bruços na maca e minha cabeça batendo na parede. Vomitei. Depois de um tempo, vi que ele limpava o pênis em uma pia ao lado da maca”, disse a vítima.
Investigação e provas
Após o abuso, a enfermeira foi à 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) no Tatuapé para registrar um boletim de ocorrência. Vestuário e itens pessoais da vítima foram enviados para perícia. A enfermeira afirma que sua calcinha desapareceu da delegacia, restando apenas um vestido que testou negativo para presença de sêmen. Após questionar o desaparecimento da peça íntima, a enfermeira alega ter sido humilhada por duas escrivãs da delegacia.
Sumiço de calcinha e resultado pericial
A peça íntima da enfermeira só reapareceu cerca de um ano e meio depois, após o Ministério Público de São Paulo oferecer denúncia contra o médico. O resultado pericial deu positivo para a presença de sêmen.
Outras vítimas
Uma comerciante de 46 anos também afirma ter sido abusada pelo médico em junho deste ano, após uma cirurgia de hemorroida. Durante um retorno ao médico, ela relata que o profissional pediu para ela “dar uma voltinha” e teve atitudes inadequadas.
Posição da defesa e cremesp
O advogado Daniel Leon Bialski, que representa o médico, nega as acusações e afirma que a inocência de seu cliente será provada. O Cremesp, por sua vez, confirmou que o médico está sendo investigado, embora o caso esteja sob sigilo.
A Secretaria de Segurança Pública
Até o momento, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo não se posicionou sobre a suposta conduta dos policiais da 5ª DDM, nem sobre atualizações nas investigações sobre o médico.