A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, ocorrida neste domingo (13) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). A suspeita é de que a menina tenha inalado desodorante em spray ao participar do chamado “desafio do desodorante”, conteúdo que circula em redes sociais e estimula crianças e adolescentes a se filmarem durante a prática.
Avô encontrou menina desacordada com desodorante e celular
A menina foi encontrada desacordada pelo avô, em casa, com os dedos e os lábios roxos. Próximo ao corpo estavam um frasco de desodorante, que havia encharcado o sofá, e o celular da criança. Ao perceber que Sarah não respondia aos chamados, o avô acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Atendimento e confirmação da morte cerebral
Equipes do SAMU realizaram manobras de reanimação no local e conseguiram levá-la ao hospital ainda com pulso. Na unidade de saúde, os médicos constataram a morte cerebral de Sarah Raissa. Após a realização de exames, o óbito foi confirmado oficialmente ainda no domingo.
Perigos do “desafio do desodorante”
O “desafio” é promovido por usuários da internet e costuma reunir milhares de visualizações. Consiste em incentivar menores de idade a inalar aerossol de desodorante em spray, enquanto gravam vídeos para redes sociais. De acordo com o toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, o alto teor de etanol presente no produto representa um grave risco à saúde. Segundo ele, a inalação da substância pode comprometer rapidamente a oxigenação dos pulmões, causando sérios danos ao sistema respiratório.
Inquérito instaurado e perícia em andamento
O delegado Ataliba Neto, responsável pela investigação, informou que um inquérito foi instaurado para esclarecer as circunstâncias da morte e identificar os responsáveis pela divulgação do desafio. O celular da menina está sendo periciado pela Polícia Civil, e a origem do conteúdo ainda está sendo rastreada. A família relatou desconhecer o que Sarah fazia no celular no momento em que passou mal e só foi informada da possível ligação com o desafio por médicos do hospital.