Quatro policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por suposta fraude processual ligada aos óbitos de três jovens ocorridos na Gamboa de Baixo, em Salvador, em 1º de março de 2022. Os cabos da Polícia Militar Tárcio Oliveira Nascimento, Thiago Leon Pereira Santos, Lucas dos Anjos Bacelar Dias e Marinelson Mendes Alves da Cruz são acusados de modificar significativamente o local do evento, com o intuito de ocultar evidências relacionadas aos falecimentos de Alexandre Santos dos Reis, Cléverson Guimarães Cruz e Patrick Sousa Sapucaia, sendo este último menor de idade. As modificações incluíram alegadamente a colocação de armas de fogo junto aos corpos para simular um confronto armado e a limpeza de vestígios de sangue na cena.
A denúncia, apresentada pela Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial e pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) no dia 16, sugere que essas ações foram tomadas após a morte dos jovens, com o objetivo de sustentar a narrativa de que os policiais reagiram a um ataque armado. O MP-BA solicitou à Justiça o afastamento dos policiais de suas funções por 180 dias e a proibição de acessarem a área da Gamboa e de contatarem testemunhas ou familiares das vítimas durante o processo.
Investigações e análises periciais, incluindo uma reconstituição dos eventos, indicam que os policiais teriam removido os corpos de dentro de uma casa abandonada e os levado ao Hospital Geral do Estado, tentando com isso corroborar a versão de um confronto e de uma tentativa de socorro às vítimas. Essas ações foram interpretadas como tentativas de alterar as circunstâncias reais dos acontecimentos, contradizendo as evidências técnicas coletadas.