Polícia e investigação
Modelo que morreu após procedimento estético estava com os pulmões inundados por secreção
Modelo Aline Maria Ferreira morre após procedimento com PMMA, seus pulmões foram inundados por secreção devido a uma infecção generalizada.
Grazielly da Silva Barbosa, falsa biomédica, está presa preventivamente após provocar septicemia na modelo e influenciadora digital brasiliense Aline Maria Ferreira, de 33 anos. Aline morreu nesta terça-feira (2/7), vítima de uma grave infecção generalizada que inundou seus pulmões de secreção, após passar por um procedimento estético na clínica Ame-se, em Goiânia.
Investigações revelaram que a influenciadora sofreu uma infecção que resultou em um quadro conhecido como pulmão em vidro fosco, conforme explicou uma fonte policial. “Vidro fosco é uma alteração vista na tomografia de tórax, secundária a uma inflamação pulmonar, podendo ser causada por infecção. É extremamente grave e pode levar à morte, como ocorreu”, afirmou.
O Instituto Médico Legal (IML) coletou amostras dos locais onde a substância foi aplicada, além de tecidos dos pulmões, coração, fígado, rins e cérebro de Aline, para avaliar a extensão da infecção.
Em coletiva de imprensa na quinta-feira (4/7), a delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), detalhou o funcionamento da clínica, fechada pela Vigilância Sanitária na quarta-feira (3/7). Grazielly foi presa em flagrante enquanto atendia diversos pacientes.
“A clínica não possuía alvará sanitário nem responsável técnico. Grazielly se apresentava como biomédica, mas confessou que cursou até o terceiro período de medicina no Paraguai e fez cursos livres na área de estética, sem apresentar certificados”, disse a delegada.
Grazielly foi autuada por exercício ilegal da medicina, execução de serviço de alta periculosidade e crime contra a relação de consumo. A delegada revelou que uma testemunha, que também passou por procedimentos com Grazielly, estava com Aline durante a aplicação do PMMA. A testemunha afirmou que Grazielly não detalhou os riscos, descrevendo o procedimento como simples e rotineiro.
“Na clínica, não havia prontuário, questionário de anamnese, pedidos de exames nem contrato de prestação de serviços. O paciente apenas entrava, fazia o procedimento e ia embora”, destacou Débora Melo.
Celulares e rótulos de substâncias usados em Aline foram apreendidos e a polícia investiga se houve lesão corporal seguida de morte e se outras pessoas estão envolvidas no esquema.
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