Moraes determina depoimento de Bolsonaro em inquérito dos atos considerados golpistas

Nesta quinta-feira, 14, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal (PF) marque o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura os atos considerados golpistas ocorridos em 8 de janeiro deste ano.

Segundo Moraes, a oitiva de Bolsonaro é “medida indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados”. O depoimento foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República para esclarecer uma postagem feita nas redes sociais do ex-presidente no dia 10 de janeiro. Nesse vídeo, Bolsonaro questionava a legitimidade do resultado das eleições de 2022, e isso ocorreu dois dias após os ataques considerados golpistas aos prédios do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.

Naquela ocasião, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram os prédios públicos e causaram destruição em mobiliário, obras de arte e vidraças. A Polícia Federal prendeu em flagrante 2.151 pessoas. Além disso, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso em 14 de janeiro, e o STF apura sua suposta omissão na contenção dos atos. Antes de assumir o cargo no governo do Distrito Federal, Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro.

Com a determinação de Moraes, Bolsonaro tem um prazo máximo de dez dias para se apresentar à Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República deve ser previamente avisada do dia agendado para se entender necessário acompanhar a oitiva. O inquérito aberto pelo STF para investigar os atos considerados golpistas de janeiro deste ano já tem vários desdobramentos. Além da prisão do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, outros investigados já foram identificados e presos. A decisão de Moraes de intimar Bolsonaro é mais um passo importante na apuração dos fatos e na busca pela responsabilização dos envolvidos nos atos de vandalismo e destruição ocorridos naquele dia.